POR QUE OS TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO ESTÃO EM GREVE?

Os trabalhadores da rede municipal de ensino de São Paulo dizem não ao retorno das aulas presenciais no pior momento da pandemia do novo coronavírus, e estão em greve contra a política nefasta de morte da classe trabalhadora e de seus filhos!

A pandemia de covid-19 segue descontrolada na cidade de São Paulo e os dados são preocupantes: existe um rápido aumento de casos e morte (que só no Estado de São Paulo, soma-se 56 mil mortes! [1]) com sobrecarga dos hospitais e risco de colapso do sistema de saúde (há manipulação perversa dos dados sobre a taxa de ocupação dos leitos de UTI); uma lastimável campanha de vacinação que se arrasta por tempo indeterminado e sem horizonte para a vacinação dos trabalhadores da educação [2]; uma perigosa nova variante identificada em Manaus já circula de forma comunitária em nossa cidade [3]; e o desesperador fim do auxílio emergencial do governo federal e do cartão merenda do governo municipal, que empurra mais pessoas a romperem o distanciamento social em busca do seu sustento e de sua família.

Soma-se aos dados alarmante do coronavírus na capital paulista as condições estruturais e de funcionamento das escolas municipais, em que não foram realizadas alterações para garantir a ventilação das salas de aula; há corte nas equipes de cozinha e de limpeza; falta de EPI de qualidade e em quantidade suficiente e não há nenhum acompanhamento por parte da Covisa, SPDM nem secretaria de saúde para acompanhar o retorno presencial das aulas e a adequação aos protocolos, para sanar dúvidas, para testagem em massa! As escolas estão abandonadas ao improviso, à responsabilização, à própria sorte!

Mais de 11 escolas já fecharam por conta de contágio do novo coronavírus! Os trabalhadores das escolas municipais não precisam pagar para ver a gravidade da situação que estamos vivendo! [4] No final das contas, quem será responsabilizado em caso de doentes, sequelas e mortes por covid-19 nas escolas? A Prefeitura de São Paulo lava suas mãos no sangue da população paulistana e tenta jogar no colo das escolas e dos familiares a responsabilidade que lhe cabe!

Por isso, os trabalhadores da educação estão em greve! Os trabalhadores da rede municipal de educação organizados na Unidade Classista constroem a greve e defendem o direito à vida da população paulistana. É urgente o controle da pandemia; a vacinação em massa na cidade de São Paulo, que conta com recursos financeiros para aquisição de vacinas, e com vacinação prioritária dos trabalhadores da educação; retorno imediato do cartão merenda; retorno das aulas exclusivamente por meio de atividades remotas em caráter emergencial e com garantia de acesso a todos os estudantes da rede municipal; estabelecimento imediato de teletrabalho para gestão escolar, quadro de apoio e analistas.


Em defesa da vida, em defesa da educação pública, em defesa do SUS, pelo retorno imediato do auxílio emergencial e do cartão merenda, estamos em greve!

Contra a política genocida de Bolsonaro, Dória e Covas, estamos em greve!

Unidade Classista – Comitê SINPEEM

[1] https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2021/02/13/estado-de-sp-chega-a-561-mil-mortes-por-covid-19-desde-o-inicio-da-pandemia.ghtml

[2] https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2021/02/12/falta-vacinas-atraso-da-vacinacao-em-sao-paulo.htm

[3] https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2021/02/14/sao-paulo-pode-ser-um-dos-focos-da-variante-de-manaus-alerta-imunologista.htm

[4] https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2021/02/11/11-escolas-no-estado-de-sp-ja-paralisaram-temporariamente-as-aulas-por-causa-do-coronavirus.ghtml