GREVE DOS TRABALHADORES DA ELETROBRAS E A DEFESA DA SEGURANÇA ENERGÉTICA NACIONAL
Desde o último dia 17, trabalhadoras e trabalhadores do sistema Eletrobras no Rio de Janeiro entraram em greve por tempo indeterminado. Iniciado em Furnas e no CEPEL (Centro de Pesquisas de Energia Elétrica), o movimento grevista se expandiu pelo país e já conta com o apoio de trabalhadores de outras subsidiárias, como a Eletronorte, sediada em Brasília e também da CHESF (Companhia Hidrelétrica do São Francisco), que abrange a região Nordeste.
Eletricitários e eletricitárias protestam contra o aumento absurdo da alíquota do plano de saúde, que irá gerar um desconto de 10% a 40% na folha de pagamento em meio a mais um pico de contágio da pandemia e com salários já corroídos pela alta inflação. No dia 14, a juíza do TST e ministra Maria Cristina Peduzzi determinou que 80% do contingente de cada setor permaneça em atividade, mas que a greve não possui caráter “abusivo”, como alega a direção da Furnas Centrais Elétricas S.A.
Além da alteração na cobrança do plano de saúde, a categoria também denuncia o terrorismo das diretorias com o movimento grevista, mas que já vinha ocorrendo há algum tempo. Assédios, ameaças, coerção e medo aumentaram com o teletrabalho e seguem sendo praticados para pressionar o trabalho presencial diante do avanço dos casos de Covid e agora para desestabilizar os trabalhadores em luta.
O movimento grevista aponta ainda para a gravidade da privatização do sistema Eletrobras, que afeta não apenas seus trabalhadores (com demissões e retirada de direitos, como a PLR), mas ameaça também a segurança energética e a soberania do país, além dos diversos reflexos para a população, como o aumento ainda maior nas contas de energia e nos preços de itens básicos, como carne, leite e material de construção. A privatização da estatal aguarda o julgamento de dois processos pelos ministros do TCU (Tribunal de Contas da União), previstos para a primeira quinzena de fevereiro.
A Eletrobras foi fundada no início dos anos 60 e hoje é um conglomerado de empresas responsável pela geração de cerca de 30% da energia do país e por 50% de sua distribuição. Em suma, a burguesia entreguista capitaneada por Bolsonaro e Paulo Guedes quer deixar o controle de um setor estratégico que abrange grande parte da nossa rede energética nas mãos da jogatina do mercado, acabando com empregos, precarizando a qualidade de serviços prestados à população e esmagando a renda dos trabalhadores com altas tarifas para enriquecer grandes acionistas privados.
A Unidade Classista presta solidariedade militante às trabalhadoras e trabalhadores da Eletrobras, mobilizados em defesa não apenas de seus direitos, mas também da soberania energética nacional e dos interesses dos trabalhadores brasileiros. Organizar e mobilizar a classe trabalhadora é urgente para barrar mais este ataque ao patrimônio público brasileiro e outros que virão em seguida, como a privatização dos portos e dos Correios.
UNIDADE CLASSISTA, FUTURO SOCIALISTA!