POR MELHORES CONDIÇÕES DE TRABALHO PRESENCIAL APÓS A VACINAÇÃO DE TODOS

A Unidade Classista está junta com os trabalhadores da educação do município de São Paulo que não foram contemplados pela suspensão do trabalho presencial e por isso defende que a única alternativa é a greve!

Com a decisão do prefeito Bruno Covas de antecipar o recesso escolar de julho, professores e alunos poderão, por duas semanas, organizar suas rotinas sem arriscar totalmente suas vidas se locomovendo e circulando pela cidade com as aulas presenciais. Ainda assim, a Prefeitura de São Paulo apenas joga adiante a urgente necessidade de um planejamento de médio e longo prazo de controle da pandemia, visto que continua atuando de modo improvisado e anuncia o retorno às aulas presenciais para dia 05 de abril, mesmo com todas as projeções apontando para a piora das condições sanitárias para as próximas 4 a 6 semanas.

Tal atitude não contempla em nada as reivindicações dos educadores – que estão em greve há mais de um mês! Isso porque defendemos, junto com as entidades sindicais da educação paulistana, a garantia ao acesso do ensino remoto para todos os alunos, para que as escolas permaneçam fechadas pelo menos até o controle mínimo da pandemia!

De fato, os sindicatos atuaram de modo insuficiente na construção de uma greve tão necessária e, até hoje, não participam da greve todos educadores da rede municipal. Mas é impossível negar que ela se demonstrou não somente assertiva politicamente como se demonstrou útil no combate à letalidade causada pela covid-19, pois conseguiu diminuir o impacto que o vírus poderia oferecer, uma vez que menos pessoas passaram a transitar na cidade. Ou seja, os grevistas salvaram vidas!

Tamanha foi a pressão da greve até o momento que, para consolidar a decisão genocida do prefeito Bruno Covas de manter as aulas presenciais no pior momento da pandemia no Brasil e especialmente em São Paulo, diversos ataques da Secretaria Municipal de São Paulo foram voltados contra a greve e os grevistas: ao invés de auxílio financeiro para o povo, Covas contratou mães para aferir temperatura dos alunos presenciais, com objetivo claro de desprezar as nossas reivindicações! Ele ameaçou e mandou covardemente direções escolares cortarem o salário dos grevistas, desrespeitando explicitamente o direito constitucional de greve!

O decreto de antecipação do recesso do julho não foi assinado apenas devido à situação da pandemia. Na verdade foi mais um ataque à greve, mas agora no sentido de dividir e fragmentar os trabalhadores da educação! Por isso é inteiramente compreensível que o Quadro de Apoio e a gestão das escolas voltem a trabalhar “normalmente” agora no recesso, na tentativa de relembrarem o trabalho presencial sucedido durante o ano de 2020 inteiro. Mas é justamente por isso que a greve não pode parar: agora é o momento mais decisivo para que as escolas, em defesa da vida, fechem de uma vez!

A Unidade Classista defende, junto com Sinpeem e as outras entidades sindicais, a união dos trabalhadores da educação e a adesão integral de todos os seguimentos à greve, pois somente assim todos nós deixaremos de trabalhar em condições insalubres, bem com de viver com medo e pânico! O genocídio de Covas deve ser barrado imediatamente! Educação se recupera; vidas, não!

Unidade Classista – Comitê Sinpeem