PELA MANUTENÇÃO DA GREVE NA REDE ESTADUAL DE EDUCAÇÃO! EM DEFESA DAS VIDAS.

O magistério catarinense em greve desde o dia 08 de março terá nova assembleia estadual na próxima quarta-feira (24/03) para definir os rumos da mobilização. A proposição apontada previamente em reunião do comando estadual de greve, ocorrida dia 17, pela executiva da direção estadual é pela suspensão da greve. A justificativa para tal fato é a falta de adesão e de quadro de greve nas regionais.

No entanto, desde que a greve foi deflagrada – tardiamente, após ocorrer o retorno do ensino presencial –, pouco trabalho e mobilização foi visto por parte da estadual do Sinte. Esta direção tem focado suas ações em dois pontos: no parlamento estadual, onde busca amparo nas bancadas de oposição ao governo do estado e, no judiciário, impetrando ações contra o Estado e realizando denúncias ao Ministério Público, o mesmo que tem mandado reabrir escolas onde as prefeituras decretaram o fechamento temporário. Uma direção que burocratizou e institucionalizou a luta do magistério, diz que não há quadro de greve no estado.  Ao mesmo tempo, muitas regionais também ligadas politicamente a CUT/PT, sequer fizeram diálogo com suas bases, com a justificativa de que ir dialogar com as trabalhadoras e trabalhadores nas unidades escolares seria “perigoso”, chamando quando muito assembleias virtuais regionais, estas, esvaziadas. Ao mesmo tempo em que se reconhece o perigo das visitações nas escolas, fecha-se os olhos para o perigo que essas trabalhadoras e trabalhadores estão correndo diariamente no ensino presencial. Já destacamos aqui em notas anteriores as dificuldades relacionadas ao retorno do ensino presencial no momento que a pandemia atinge o seu maior pico (até o momento) e a insuficiência do PlanCon Edu como protocolo escolar. Por isso, diante do cenário que está dado, onde SC atinge uma média móvel de 126 óbitos, com mais de 9.300 mortes causadas por Covid-19 no decorrer de um ano de pandemia, onde mais de 400 pessoas aguardam leitos de UTI, nos parece uma política de morte suspender a greve legítima do magistério, na situação em que temos mais necessidade de manter o distanciamento social e a menor circulação de pessoas.

As regionais de oposição ao Sinte Estadual que vêm realizando trabalho de mobilização nas escolas, com passagem do comando de greve, diálogo com todas/os trabalhadoras/es, estão conseguindo sensibilizar para a urgência da greve sanitária em defesa das vidas. Mais do que nunca manter as escolas fechadas, com a retomada do modelo de aulas remotas, significa a preservação das vidas de todas e todos. Não se trata de resguardar apenas a vida das trabalhadoras e trabalhadores da escola, mas de toda comunidade que, diante do ensino remoto, deixariam de circular pelas cidades. Onde não circulam pessoas, diminui-se expressivamente a circulação do vírus. 

Em números, segundo reportagem do portal NSC de 18/02/2021, mais de 432 mil estudantes (82%) voltaram para o ensino presencial com o início do ano letivo. Isso significa automaticamente maior exposição dessas crianças e jovens no transporte coletivo, em aglomerações ao entorno da escola e o maior fluxo de pessoas transitando no município, quando todas as autoridades médicas e sanitárias apontam para o contrário: a necessidade de mais rigidez no isolamento e distanciamento social.

Suspender a greve sanitária pela vida agora, significa jogar toda a comunidade escolar para o contágio dentro das salas, com a certeza de que não encontrará leitos para atendimento se assim for necessário, sendo uma irresponsabilidade da direção estadual para com a sociedade, que está à mercê de políticas de combate a pandemia. É preciso mais do que nunca fortalecer o movimento de greve do ensino presencial, superando a direção estadual que não se coloca como agente política do processo. É preciso cobrar vacinação para toda sociedade e que isso ocorra de forma mais ágil e organizada. É pela vida de todas e de todos. Escolas fechadas, vidas preservadas!

Greve sanitária em defesa das vidas!

Vacinação para todas e todos!

Pela manutenção da greve no magistério catarinense!

Em defesa da vida de toda comunidade escolar!

UNIDADE CLASSISTA, FUTURO SOCIALISTA!