Publicada em: 06 maio 2020

A Federação Mundial de Sindicatos, representando 100 milhões de membros nos cinco continentes, expressa sua profunda preocupação com os últimos desenvolvimentos no setor de pesquisa em tratamento e vacinação contra o novo coronavírus. Os antagonismos entre grupos empresariais, indústrias farmacêuticas e estados imperialistas no campo do tratamento de vírus e o desenvolvimento de uma vacina só podem causar preocupação aos povos do mundo.

Até hoje, existem centenas de grupos científicos trabalhando para desenvolver uma vacina e medicamentos antivirais por meio de “parcerias” entre estados e grupos empresariais. Ou seja, através de uma forma de pesquisa pública, que beneficiará as indústrias farmacêuticas que venderão a vacina e os medicamentos (como é o caso da “colaboração” entre os grupos “Johnson & Johnson” e “Sanofi” com o Departamento dos EUA da Saúde). Ao mesmo tempo, os imperialistas, os mesmos imperialistas que banham o sangue das pessoas em todo o mundo para servir seus próprios interesses, organizam maratonas solidárias para arrecadar fundos para a nova vacina.

O fato de que a produção em massa e a venda por parte de grandes empresas farmacêuticas são necessárias para que uma vacina seja colocada em circulação nos estados capitalistas, cria sofrimento para os trabalhadores e os estratos populares pobres em todo o mundo. As pessoas não podem esquecer as conseqüências negativas da busca do lucro no setor farmacêutico, como mostraram os exemplos dos EUA e dos países da UE, nos quais grandes grupos empresariais se recusaram a vender milhões de doses de vacinas produzidas por eles aos governos, solicitando que os estados assumem total responsabilidade nos casos de efeitos adversos e, ao mesmo tempo, chantageiam para obter altos preços de venda.

Ao mesmo tempo, existem muitos exemplos de indústrias farmacêuticas que se recusaram a colocar em circulação vacinas semelhantes contra o coronavírus no passado, porque a lucratividade de tal investimento seria… baixa! De fato, como os cientistas mencionaram, perdeu-se um tempo precioso que nos permitiria lidar com o novo coronavírus.

Além disso, nessas circunstâncias, os sindicatos militantes em todo o mundo não devem subestimar a agressividade dos EUA, cujo presidente, Trump, ataca a China, a OMS e todos aqueles que não se alinham com seus jogos geoestratégicos. Mas essa agressividade não é uma mera tática individual, mas a agressividade do imperialismo dos EUA como um todo. Especialmente agora, no momento em que os Estados Unidos foram expostos, eles perderam o brilho e a injustiça social que reina nos Estados Unidos foi desmascarada; agora, em um momento em que a classe dominante dos EUA aguçará sua agressividade e ameaças contra a coexistência pacífica entre os povos.

Diante da barbárie de um sistema que trata o trabalhador como dispensável, o movimento sindical internacional da classe trabalhadora deve se erguer; Devemos divulgar entre os trabalhadores que não têm nada a esperar com os negócios das empresas transnacionais. O que precisamos fazer é intensificar a luta por uma vacina contra o coronavírus sem patentes, gratuita, segura para todos. Que a luta deve ser intensificada apontando para um sistema universal e livre de cuidados da saúde pública com serviços de saúde de alta qualidade para todos! Devemos lutar globalmente por um sistema de saúde que coloque a saúde ao serviço das pessoas e da classe trabalhadora. A FSM está comprometida em estar do lado de todos os sindicatos que vão lutar nessa direção em todo o mundo.

O secretariado