Trabalhadores denunciam péssimas condições de trabalho na Copa América

Trabalhadores da Gocil Segurança (empresa terceirizada que presta serviços no estádio do Mineirão em Belo Horizonte) poderão cruzar os braços a qualquer momento em protesto contra as más condições de trabalho na Copa América. Segundo denúncias feitas ao Sindicato dos Vigilantes de Minas Gerais, a empresa não estaria cumprindo o acordo feito com a entidade em reunião no mês de maio.

Os vigilantes não estariam recebendo vale-transporte, sendo obrigados a arcar com os custos de deslocamento até o estádio; e trabalhando mais de 12 horas, sendo obrigados a chegar ao local de trabalho muitas horas antes dos jogos, sem receber pelas horas à disposição da empresa – apenas as horas efetivamente trabalhadas estariam sendo pagas, fornecimento de apenas pão com mortadela como lanche e são proibidos de trazer alimentos de casa ao ingressar no estádio. Essas são as principais denúncias do Sindicato dos Vigilantes de Minas Gerais quanto às condições de trabalho daqueles contratados pela Conmebol para garantir a segurança do Mineirão durante a Copa América.

Na tentativa de solucionar esses e outros problemas, a diretoria do Sindicato esteve no Mineirão, desde o início da Copa, em ações de fiscalização, para verificar as condições de trabalho a que os vigilantes estavam sendo submetidos, e cobrou medidas urgentes à Gocil. No entanto, nenhuma providência foi tomada.

“A empresa não tem pago o vale-transporte, a alimentação nem o valor trabalhado pelos trabalhadores. O pessoal está trabalhando 12 horas e a empresa está pagando só oito. Hoje (segunda-feira), nós fizemos uma paralisação de advertência lá, colocando que, no próximo jogo, se a empresa não melhorar a alimentação, nós vamos suspender (as atividades) da categoria”, explica o presidente do Sindicato dos Vigilantes, Edílson Silva.

Segundo Edílson, a paralisação desta segunda (24) durou cerca de uma hora. Ele ressalta que os contratados iniciam as atividades por volta das 14h no dia dos jogos e só largam durante a madrugada. Ainda de acordo com o sindicato, após a mobilização desta segunda, a Gocil Segurança “assumiu o compromisso de solucionar as pendências trabalhistas até esta terça-feira (25), quando a empresa deverá fazer novo contato com a entidade”.  Em caso de descumprimento da promessa, a categoria ameaça parar já na próxima partida realizada no Mineirão. Ou seja, a semifinal da competição marcada para o dia 2 de julho, às 21h30.
Fonte: Sindicato dos Vigilantes de Minas Gerais; SuperEsportes