TRABALHADORES (AS) DO AUDIOVISUAL BRASILEIRO EM LUTA CONTRA JORNADAS DE TRABALHO ABUSIVAS

Entidades do setor audiovisual iniciaram uma campanha nacional #JORNADAJUSTA, para exigir limites máximos de horas de trabalho em sets de filmagem de cinema e audiovisual. A primeira assembleia nacional online, organizada pelo Sindcine (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica e do Audiovisual dos Estados de SP, RS, MT, MS, GO, TO e DF), pelo Stic (Sindicato Interestadual dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica e do Audiovisual), pelo Sintracine (Sindicato dos Trabalhadores do Cinema e do Audiovisual de Santa Catarina) e pela APTC-RS (Associação Profissional de Técnicos Cinematográficos do Rio Grande do Sul) contou com grande participação de trabalhadores (as). Mais de 2 mil pessoas estiveram presentes no debate por melhores condições de trabalho.

A assembleia deliberou por avançar em reivindicações da categoria, por meio da realização de uma campanha nacional, para que as jornadas tenham limite de 8 horas, com no máximo 2h extras, com direito a descansos semanais. Outra questão é a remuneração adequada do trabalho extra.

Profissionais que trabalham em sets de filmagem têm enfrentado jornadas de 14, 16, 20 horas, às vezes por semanas seguidas, sem os descansos necessários. Essa sobrecarga é resultado do aumento de produções audiovisuais, especialmente séries e longas-metragens para streaming. Ou seja, a imposição do mercado audiovisual brasileiro, associada ao mercado de produção internacional de conteúdos, avançam o processo de precarização dos (as) trabalhadores (as) brasileiros (as).

As jornadas abusivas têm gerado problemas na saúde física e mental dos técnicos, prejudicando o convívio com suas famílias e elevando o risco de acidentes, dentro e fora dos estúdios. Os (as) trabalhadores (as) demandam que as produtoras propiciem condições de trabalho mais justas e humanas. Entre as reivindicações, constam:

– Limite para jornadas, em filmagens de publicidade, longas-metragens e séries;

– Descansos semanais regulares;

– Pagamento de adicionais para filmagens noturnas, feriados e finais de semana;

– Pagamento de horas extras para toda a equipe.

A reivindicação por melhores condições de trabalho no audiovisual é mundial. Recentemente, o sindicato norte-americano IATSE convocou greve, que foi cancelada, pois houve acordo com estúdios e produtoras.

A Unidade Classista se solidariza com os (as) trabalhadores (as) da produção audiovisual brasileira.

#JORNADAJUSTA para os técnicos e técnicas do audiovisual brasileiro!