CESTA BÁSICA E CARESTIA – QUEM LUCRA COM NOSSA FOME?

No dia 5, o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) divulgou os dados mais recentes da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente em 17 capitais.

Em outubro, foi registrado aumento do custo da cesta em quase todas as capitais, exceto Recife. No topo da lista da carestia dos alimentos está Florianópolis: R$ 700,69. Logo depois vem São Paulo (R$ 693,79), Porto Alegre (R$ 691,08) e Rio de Janeiro (R$ 673,85). Dos itens que compõem a cesta, verificou-se uma alta de preços da batata, do café, do açúcar, do óleo de soja e tomate; já o feijão e a carne bovina sofreram redução – esta última devido ao embargo chinês às exportações brasileiras.

Com base na cesta mais cara, o DIEESE estipula o valor de um salário mínimo digno para os trabalhadores, que, segundo este último levantamento, deveria ser de R$ 5886,50, ou seja, mais de 5 vezes o valor do mínimo em vigor (R$ 1100,00).

O abandono das políticas voltadas ao abastecimento e estoque de alimentos, a falta de incentivo à agricultura familiar e os seguidos recordes de exportação do agronegócio dizem muito sobre os milhões de famintos no país. Com a alta do dólar, aprofundou-se o caráter agroexportador da economia brasileira, priorizando os interesses e os lucros da burguesia ruralista ao invés da segurança alimentar da população. Soma-se a isso o alto nível de desemprego e informalidade da classe trabalhadora, o preço absurdo dos combustíveis e do gás de cozinha (impactando no custo final das mercadorias e fruto de mais uma política de submissão dos interesses populares e ao mercado financeiro), a destruição de políticas públicas voltadas à proteção social e tudo isso em meio a maior pandemia dos últimos 100 anos, que dizimou mais de 600 mil brasileiros e brasileiras em menos de 2 anos.

A Unidade Classista reafirma seu compromisso incondicional junto à classe trabalhadora e denuncia a cumplicidade de Bolsonaro, Mourão e Guedes nesta política de fome, carestia e desemprego que enche o bolso de alguns enquanto esvazia o estômago de outros.