Somos todas e todos Taly Nayandra

Chega de criminalização e violência do Estado Burguês aos movimentos de luta!

(Nota de solidariedade à camarada Taly Nayandra e repúdio à perseguição e violência às lutadoras e lutadores sociais)
Na noite do último sábado, 25 de fevereiro, a camarada Taly Nayandra, foi brutalmente violentada pela Polícia Militar do Amazonas, sendo presa num episódio claramente forjado pela polícia e sofrendo tortura física e psicológica por mais de uma hora dentro da delegacia e depois fora dela (ver nota do Partido Comunista Brasileiro – PCB no Amazonas abaixo).
Taly Nayandra é militante indígena do Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro, da União da Juventude Comunista e do PCB no Amazonas e vem encabeçando inúmeras lutas em Manaus. Na última eleição foi candidata a vice–prefeita na coligação “ Manaus por Nós: Construindo o Poder Popular”.
Dentro da delegacia, quando a militante foi colocada em uma sala sozinha e foi duramente espancada com socos nas costas, chutes e tapas, o policial gritava: “Fala alguma coisa agora, sua comunista filha da puta”. Isso só reitera o caráter da prisão, evidenciando a perseguição política e a clara intenção de intimidar e afastar das trincheiras da luta todo militante que se coloque contra esse Estado Burguês e contra o capitalismo (que se estrutura através das grandes empresas e do agronegócio no Amazonas, explorando e exterminando os povos indígenas e trabalhadores que lá vivem).
Para além disso, numa sociedade patriarcal e machista, onde são relegadas às mulheres o espaço privado do lar, os trabalhos mais subalternos e precarizados e/ou a prostituição, incomoda e assusta uma mulher lutadora, que rompe as fronteiras do espaço do lar e se põe como organizadora e propagandista política de lutas contra a ordem vigente.
Viemos através dessa nota expressar toda nossa solidariedade à camarada Taly Nayandra e avisar ao Estado Burguês e seu aparato militar, ao agronegócio, aos empresários e a essa sociedade patriarcal e misógina que NÃO NOS CALARÃO!
Estaremos na luta até o fim dessa sociedade patriarcal de classes! Não aceitaremos caladas a repressão e criminalização de nenhuma lutadora!
SOMOS TODAS TALY NAYANDRA!
Coordenação Nacional do Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro
28 de fevereiro de 2017

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Nota do Partido Comunista Brasileiro – Amazonas
O Partido Comunista Brasileiro (PCB-AM) vem por meio desta repudiar o espancamento que a militante Taly Nayandra sofreu por policiais militares na noite de sábado, 25 de fevereiro.
A militante relatou que, ao sair de um bar próximo à Praça da Saudade com um grupo de colegas, foi surpreendida por tiros disparados em direção ao grupo que estava com ela. Dois homens e também um mulher – não identificados, começaram a disparar tiros para o alto e também para o grupo de pessoas que, ao se depararem com a situação, começaram a correr para se proteger. Após alguns segundos, apareceu uma viatura da polícia militar que, ao invés de averiguar o que se passava, iniciou sua caçada para prender sem motivo alguns dos militantes que corriam.
A camarada Taly não conseguiu fugir e foi presa junto com outro companheiro. Ambos perguntaram aos policiais a razão da prisão, mas estes, sem prova alguma, alegaram que a camarada Taly e os demais colegas de seu grupo estariam pichando. Taly e um companheiro foram levados ao 24º DIP, no centro de Manaus. Já na delegacia, Taly foi levada para uma sala junto com outro companheiro preso junto com ela, depois ambos foram separados, e daí se iniciou a sessão de espancamento com chutes, tapas no rosto, ouvidos e socos nas costas. O rapaz foi solto. A camarada Taly, seguiu na delegacia por mais de uma hora sendo espancada por um policial que, além da opressão física, a oprimiu psicologicamente, gritando: “Fala alguma coisa agora, sua comunista filha da puta”. A camarada Taly chegou a desmaiar após o espancamento que sofreu. Depois de recuperada, os dois policiais que a espancaram a deixaram em uma rua no bairro São Raimundo, Zona Oeste de Manaus. Ao descer do carro, os policiais pediram para ela correr e não olhar para trás, pois um tiro pelas costas poderia aguardar por ela.
A camarada Taly Nayandra se juntou às fileiras do partido ainda na adolescência, período em que também adentrou na União da Juventude Comunista (UJC) e o coletivo feminista classista Ana Montenegro. Desde então, a camarada Taly se juntou a outras (os), camaradas para lutar por uma sociedade que vise ao fim da exploração de um homem sobre outro homem. Na última eleição, a camarada Taly Nayandra foi candidata a vice-prefeita da cidade de Manaus pela coligação ‘Manaus por nós: construindo o poder popular’, junto com o candidato professor Queiroz (PSOL – AM).
Mesmo com sua pouca idade, a camarada Taly é uma mulher revolucionária, não oportunista e tem representado o partido em inúmeras lutas na cidade de Manaus. Desde janeiro, adentrou com outros companheiros no movimento “Não ao Aumento da Tarifa”, visando a luta contra o reajuste da tarifa de ônibus que já passa pelo seu segundo aumento em menos de um ano.
O Partido Comunista Brasileiro (PCB-AM) reitera o apoio à camarada Taly Nayandra, se solidariza e repudia a agressão que sofreu covardemente. A postura desses policiais evidência o caráter da Polícia Militar e dos governantes municipais e estaduais. É evidente que a repressão sofrida pela camarada é de caráter estritamente político, machista e misógino, quando analisamos que a camarada foi agredida literalmente pelas costas, ameaçada de morte e quase morta com um tiro pelas costas.
É inaceitável tal situação. Aguardamos por uma resposta da Polícia Militar acerca do ocorrido e iremos tomar as decisões cabíveis para que mais um crime não fique impune.
Por uma sociedade livre de toda opressão, por uma sociedade justa e igualitária. Repudiamos toda forma de opressão!
Abaixo toda repressão!
Luta Não É Crime!
Vale a pena viver quando se é comunista!
Viva a Revolução Socialista!