As prioridades da Unidade Classista para 2017

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O ano de 2016 tem sido difícil para a classe trabalhadora. O chamado “ajuste fiscal” iniciado por Dilma foi acelerado com a ascensão ilegítima de Temer à Presidência da República. Desde o início do processo de impeachment alertávamos que este era o verdadeiro objetivo da coalizão golpista que reuniu desde partidos até então integrantes da base aliada do PT até os tucanos.
Se alguém ainda acreditava que tal movimentação política visava à moralização do país, os escândalos de corrupção que estouram dia após dia, envolvendo membros do Governo Federal e o próprio Presidente, deixam claro o tamanho da ilusão. Enquanto isso, foi aprovada a PEC 55, determinando, como exigia a burguesia, o congelamento dos gastos públicos pelos próximos vinte anos. Ou seja, o pagamento de juros da “dívida pública” foi blindando, enquanto a garantia de direitos sociais previstos na Constituição, como saúde e educação, foi ainda mais ameaçada. Ao mesmo tempo, começou a ser discutida na Câmara a Contrarreforma da Previdência.
E o que tem feito as direções das maiores centrais sindicais do país frente a todos esses ataques do empresariado e seus representantes? Infelizmente, como esperávamos, a realidade tem mostrado que não podemos contar com elas. Isso não significa que, caso resolvam realizar lutas por nenhum direito a menos, não devamos marchar juntos, em unidade de ação. Significa que não podemos depender das direções da CUT, UGT, CTB, Força Sindical etc e devemos buscar contato direto com as bases.
Sem sombra de dúvida, o ano de 2017 será marcado por grandes desafios ao campo sindical classista e combativo. O empresariado está empenhado em impor um retrocesso que destrua nossas conquistas históricas e imponha à nossa classe a volta a patamares de direitos do início do século passado. Portanto, teremos muitas lutas pela frente e não devemos poupar esforços na defesa dos interesses dos trabalhadores!
Mas não basta disposição. Sem organização e firmeza na linha política não chegaremos longe. Cada militante da Unidade Classista precisa estar plenamente consciente de nossas tarefas diante da atual situação política, econômica e social do Brasil. Crescem as condições objetivas para que cada vez mais trabalhadores rejeitem a conciliação de classes, os pelegos e os burocratas no movimento sindical e popular.
Porém nada garante a adesão automática da classe a uma perspectiva revolucionária. A direita está ativa em campo, se apresentando como alternativa às massas. Logo, a responsabilidade dos militantes classistas nesta disputa torna-se ainda maior.
Precisamos compreender bem nossas prioridades:
• Intensificar as ações de agitação e propaganda junto às categorias estratégicas e bairros operários (utilizando o jornal O Poder Popular, os textos nacionais da Unidade Classista, panfletos locais). Não adianta apenas distribuir materiais: é fundamental dialogar com os trabalhadores, ouvindo-os e explicando nossas avaliações e propostas, como a greve geral contra a Reforma da Previdência, por exemplo;
• A fragmentação do campo sindical classista, contudo, tem inviabilizado uma maior unificação da resistência da classe trabalhadora em nível nacional. Apesar das importantes lutas comuns que tem sido travadas, das quais participamos ativamente, o enfrentamento da ofensiva burguesa exige um bloco alternativo mais organizado e coeso em torno de bandeiras unitárias. Por isso, é fundamental discutirmos com as bases, em cada sindicato e movimento operário, sobre a importância de realizarmos um Encontro Nacional da Classe Trabalhadora (ENCLAT);
• Organizar Comitês de Base que discutam a realidade, planejem e executem ações concretas: participação em assembleias de base, panfletagens, disputa de eleições sindicais, mobilizações, ações unitárias com setores aliados etc.
• Implementar nossas políticas de finanças;
• Realizar estudos e leituras coletivas dos materiais da Unidade Classista, principalmente o Caderno Nacional nº 1, “Política, Organização e Formação”, disponível no site unidadeclassista.org.br;

Estas são as nossas principais tarefas no momento. Nosso esforço em realizá-las faz parte de um objetivo maior:
UNIR OS TRABALHADORES PARA BARRAR OS ATAQUES DO CAPITAL!