Criolo presta solidariedade à Ocupação Gregório Bezerra

 

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MST, Unidade Classista e MTST presentes no show de Criolo em Fortaleza

No último sábado, 26 de novembro, Criolo realizou seu show de lançamento do álbum “Ainda Há Tempo” no Centro Cultural Dragão do Mar, em Fortaleza (CE). Na ocasião, foram arrecadadas cerca de 3 toneladas de alimentos não perecíveis, doados pelos fãs do artista que aderiram ao “ingresso solidário”. Os alimentos foram doados a uma instituição que cuida de crianças com HIV, a Casa da Esperança, bem como aos movimentos populares de luta por terra e moradia.

 

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Parte dos alimentos arrecadada no evento

Além do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), a Unidade Classista, corrente operária que atua no movimento sindical e na luta por moradia, recebeu doações que totalizam cerca de 700 quilos de alimentos.  Esta solidariedade é fundamental para centenas de famílias que ocupam imóveis ociosos, enfrentando a especulação imobiliária, o descaso do poder público e reivindicando o direito de terem suas casas.

 

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Pingente feito por Integrantes da Ocupação Gregório Bezerra

Em um gesto de gratidão pelo apoio de Criolo, as famílias da Ocupação Gregório Bezerra presentearam o cantor com um colar. Seu pingente reúne a simbologia da Unidade Classista e da Ocupação. O presente foi confeccionado por um dos integrantes do movimento, com material comprado através de rateio entre as famílias ocupantes.

 

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Como gesto de reconhecimento, militantes da Ocupação Gregório Bezerra entregam lembrança a Criolo

O terreno no Conjunto Ceará já havia sido ocupado por famílias sem teto em outras ocasiões. Em todas elas, foram expulsas em operações conjuntas  envolvendo a Guarda Municipal e a Polícia Militar. No dia 25 de setembro de 2016 iniciou-se uma nova fase nesta disputa, quando a ocupação foi retomada com o auxílio de militantes da Unidade Classista, sendo batizada de Gregório Bezerra (1900 – 1983), histórico militante comunista que dedicou grande parte de sua vida à reforma agrária.

 

No último dia 11, novamente as forças de repressão da prefeitura e do estado atacaram o Ocupação, destruindo cerca de 100 barracos sem mandado judicial. No entanto, o terreno já se encontra ocupado novamente e as famílias seguem determinadas a resistir até alcançarem seu objetivo: a construção de moradias populares. Afinal, “se morar é um direito, ocupar é um dever!”.
No dia 08/12 haverá uma audiência pública específica sobre a Ocupação na Câmara Municipal de Fortaleza, convocada por iniciativa do vereador João Alfredo  (PSOL).