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UNIDADE CLASSISTA PRESENTE EM ROMA, PARA O 18º CONGRESSO DA FEDERAÇÃO SINDICAL MUNDIAL - Unidade Classista

UNIDADE CLASSISTA PRESENTE EM ROMA, PARA O 18º CONGRESSO DA FEDERAÇÃO SINDICAL MUNDIAL

Do alto dos seus 77 anos de existência a Federação Sindical Mundial – FSM, deu início ontem ao seu 18. Congresso, reafirmando a atualidade e a urgência da luta anticapitalista e antimperialista.

A Unidade Classista está em Roma, participando ativamente dos debates e reafirmando seu compromisso com a construção deste instrumento estratégico para o desenvolvimento de um sindicalismo classista e do internacionalismo proletário para o desenvolvimento das lutas e para a construção e fortalecimento do socialismo, rumo a sociedade comunista.

No dia de ontem, durante os discursos de abertura do Congresso a Unidade Classista esteve presente em uma plenária com mais de 400 delegados, provenientes de 133 países e que hoje representam os mais de 105 milhões de trabalhadores organizados na base da Federação.

Confira abaixo o texto, as fotos e o vídeo com a participação da Unidade Classista em Roma:

Boa tarde, camaradas.

Em nome da Unidade Classista, corrente sindical ligada organicamente ao centenário Partido Comunista Brasileiro – PCB, e desde o cone sul, saudamos as delegadas e os delegados do 18 Congresso da Federação Sindical Mundial.

Saudamos as trabalhadoras e os trabalhadores que lutam por mais de dois anos para sobreviver a uma pandemia que já ceifou a vida de mais de 6 milhões de pessoas e os que lutam para sobreviver a outras tantas doenças que já foram erradicadas em muitos países, mas que ainda matam e deixam sequelas nos países da periferia do sistema capitalista.

Saudamos aquelas e aqueles que lutam para sobreviver as condições de trabalho análogas a escravidão e as péssimas condições de trabalho assalariado.

Saudamos os que lutam para sobreviver a miséria, a fome e lutam por uma habitação digna, por saneamento básico, por um pedaço de terra para cultivar, também saudamos os que lutam contra o racismo, o machismo e a homofobia e sobretudo aquelas e aqueles que lutam para superar o modo de produção capitalista, que nos explora, desumaniza e nos mata, com especial destaque aos povos que lutam contra as distintas agressões imperialistas e aos trabalhadores, governos e partidos, dos países socialistas, que enfrentam severos bloqueios econômicos e diversas outras formas de ação contrarrevolucionária.

Em seu 77 ano de vida, o fortalecimento da Federação Sindical Mundial e sua combatividade anticapitalista e antimperialista, nunca foram tão urgentes, pois a intensificação da exploração e da opressão capitalista nos últimos 30 anos, com o fortalecimento da hegemonia burguesa, com a queda do socialismo na União Soviética e no leste europeu e proveniente das crises próprias do modo de produção capitalista, tragicamente produziram o fortalecimento do neoliberalismo, do neofascismo e do neonazismo, que construiram e a reconstruiram partidos e outras formas de organização que estão de forma crescente instalando-se em governos e sindicatos e nas forças armadas, com significativo apoio das massas. Tal correlação de forças vem fomentando guerras imperialistas, ampliando o desemprego, o trabalho sem registro, o trabalho infantil e a retirada de direitos e garantias de todo tipo.

Parte deste problema se explica pela capitulação de instrumentos sindicais e partidários em todo o mundo, tais como a CSI e seus filiados, que cederam espaço à burguesia, refutaram a necessidade da superação do capitalismo e desarmaram a classe trabalhadora subjetivamente, reforçando os efeitos nocivos da chamada reestruturação produtiva.

Esta realidade nos demonstra que será mais do que necessário que por meio da FSM, possamos fortalecer um sindicalismo classista, que possa combater a burguesia, a conciliação e o esquerdismo em escala mundial.

No Brasil, não faltam motivos para fomentarmos encontros, debates e processos de mobilização dos trabalhadores, que a cada dia sofrem mais por viverem em um país com mais de 660.000 mortes por COVID-19, com a alta da inflação, principalmente derivada do preço dos combustíveis, do gás de cozinha e dos alimentos da cesta básica, que tem um governo federal assassino e entreguista como o de Bolsonaro, com a maioria esmagadora de governos estaduais e municipais reacionários, com a fome e a miséria crescendo de forma alarmante e com uma taxa de desempregados recorde, que já atinge mais de 20 milhões, com mais de 40 milhões trabalhando sem registro, e com um déficit de moradias e de saneamento básico gigantesco.

Infelizmente os anos de Bolsonaro, Temer, o golpe de 2016 contra Dilma e os anos de conciliação dos governos do PT e da CUT, não foram suficientes para que as principais centrais sindicais brasileiras pudessem compreender que a classe trabalhadora deve ser autora de seus projetos imediatos e históricos com independência de classe.

No último primeiro de maio a maioria das centrais sindicais brasileiras apresentou apenas uma pauta de reivindicações rebaixada, organizada por alguns de seus dirigentes e consensuada com alguns pré-candidatos a presidência da república.

Nesta pauta sequer utilizaram a palavra revogação quando se referiam as recentes contrarreformas trabalhistas e previdenciárias, justamente para não ir além das exigências dos acordos destas pré-candidaturas com a burguesia.

Para reverter esta conjuntura e construir a contraofensiva da classe trabalhadora no Brasil e no mundo, devemos manter e ampliar as ações de solidariedade com os setores mais atingidos pela carestia, pela fome e pela miséria, fortalecer o debate programático com os setores organizados e com o conjunto da classe trabalhadora e construir mobilizações nas categorias que estão sendo frontalmente atacadas.

É preciso mobilizar trabalhadores, sindicatos, movimentos populares e a juventude nos locais de trabalho, moradia e estudo, nos pontos de ônibus, barcas, metrôs e trens e nas portas de fábrica, para construirmos e enraizarmos junto aos diversos setores da classe trabalhadora a urgência das lutas.

Devemos ainda, promover ações de agitação e propaganda, seminários, debates, encontros nacionais e regionais, panfletagens, manifestações, ocupações no campo e na cidade e greves, além de construir frentes e fóruns de mobilização de âmbito regional, nacional e internacional, para fortalecer as lutas sindicais, populares e da juventude.

A Unidade Classista, agradece a oportunidade de nos encontrarmos mais uma vez, com a certeza de que seguiremos juntos e do lado certo da luta de classes.

TRABALHADORES DE TODO O MUNDO, UNI-VOS!

FORA BOLSONARO E MOURÃO!

VAMOS CONSTRUIR O PODER POPULAR!

VIVA A FEDERAÇÃO SINDICAL MUNDIAL!

VIVA O SOCIALISMO!

VIVA O COMUNISMO!

Roma, 6 de maio de 2022