TODO APOIO À GREVE DOS CAMINHONEIROS!

Nesta segunda (1), os caminhoneiros iniciaram uma paralisação em nível nacional para destacar as péssimas condições de trabalho em que se encontra a categoria. Segundo o Ministério da Infraestrutura, duas tentativas de bloqueio foram dispersas: uma em Porto de Capuava (ES) e outra no Porto de Santos, sob repressão. Por meio de liminares, a União conseguiu que a Justiça Federal proibisse o bloqueio das rodovias, podendo aplicar multas a quem descumprir a ordem judicial.

Assim como todo o conjunto da classe trabalhadora, os caminhoneiros também estão sendo duramente atingidos pelo alto preço dos combustíveis, que vem sofrendo reajustes cada vez mais absurdos devido à Política de Paridade de Importação (PPI) imposta desde o governo Temer e que vincula o preço dos combustíveis e do gás de cozinha à cotação internacional do dólar, prejudicando imensamente o povo brasileiro em benefício do lucro de alguns acionistas privados. Além disso, a categoria também exige um tabelamento do piso mínimo de frete a ser pago e aposentadoria especial após 25 anos de trabalho. No entanto, a resposta de Bolsonaro às demandas desta importante base que o apoiou em 2018 é medíocre: R$ 400,00 de um auxílio-diesel que cobre apenas cerca de 13% do abastecimento total.

A “esmola” oferecida pelo governo federal não impediu a mobilização dos caminhoneiros que, apesar de muito fragmentados e com relativa adesão, comprometeu em certa medida as atividades de alguns terminais portuários em Santos, segundo relatou nesta quarta (3) a Associação Brasileira dos Terminais Retroportuários e das Transportadoras de Contêineres (ABTTC), “ocasionando uma série de prejuízos aos exportadores”.

A atual política de preços dos combustíveis também reflete no encarecimento dos demais produtos consumidos, já que o transporte rodoviário de cargas é predominante no processo de circulação de mercadorias pelo país. Além disso, até mesmo os trabalhos mais precarizados estão deixando de ser minimamente rentáveis, como em São Paulo, onde 25% dos motoristas de aplicativo já desistiram da profissão. Ou seja, Bolsonaro continua o que Temer começou após o golpe de 2016: aprofunda o caráter da Petrobrás de mera empresa lucrativa para a burguesia rentista e elimina seu enorme potencial de geradora de riqueza, desenvolvimento e soberania nacional.

A Unidade Classista apoia a luta dos caminhoneiros contra a política entreguista de Bolsonaro, Mourão e Guedes e considera fundamental o diálogo com todas as categorias no sentido de apresentar e construir juntos uma alternativa emancipatória para toda a classe trabalhadora.

UNIDADE CLASSISTA, FUTURO SOCIALISTA!