RETOMAR AS RUAS PARA DEFENDER E AVANÇAR NOS DIREITOS SOCIAIS E LIBERDADES DEMOCRÁTICAS DA CLASSE TRABALHADORA
Nota Política Coordenação Nacional da Unidade Classista
A partir de alguns elementos da conjuntura que apresentamos a seguir reforçamos a necessidade de construir a e avançar nas lutas do dia a dia da classe trabalhadora e setores populares com a perspectiva da reorganização do(a)s trabalhadore(a)s e construção do bloco de forças popular e anticapitalista.
A pandemia de COVID-19 continua a fazer vítimas ao redor do mundo, especialmente nos países periféricos, onde nem sequer 10% da população foi vacinada, e as consequências dessa falta de vacinação atinge os países centrais do capitalismo, EUA e Europa, onde parcelas consideráveis de suas populações rejeitam sistematicamente a vacinação, influenciadas por poderosos movimentos políticos de extrema-direita.
A continuidade da guerra entre Rússia e Ucrânia e suas consequências no abastecimento mundial de petróleo e gás, alimentos e fertilizantes: inflação nos preços de produtos básicos para a subsistência de amplas massas de trabalhadores ao redor do mundo;
O rebote das “sanções econômicas” do ocidente, especialmente os EUA: risco concreto de recessão mundial, inflação interna alta, imposição de medidas de austeridade tais como o aumento de juros, aumento do desemprego e freio nos reajustes salariais;
Escalonamento armamentista nos países da Europa Ocidental e a adesão de Suécia e Finlândia à OTAN. Euro desvalorizado em relação ao dólar, inflação alta e risco de desabastecimento ou encarecimento elevado de petróleo e gás para o aquecimento de residências durante o inverno.
Na América Latina, assistimos à vitória de Gustavo Petro e Francia Marques, a primeira candidatura à esquerda a ser vitoriosa nas eleições presidenciais da Colômbia, após uma intensa jornada de lutas do povo trabalhador colombiano. Já no Chile, emanam sinais preocupantes quanto à política econômica do governo social-democracia de Gabriel Boric, que tem sinalizado continuar com políticas de austeridade neoliberal. A onda direitista na América Latina parece ter arrefecido, com os povos de Argentina, Colômbia, Chile, Peru e Bolívia elegendo governos identificados com uma genérica “esquerda” conciliatória e aí reside o grande perigo: a decepção das amplas massas de trabalhadores desses países com mudanças estruturais não-realizadas por governos de conciliação.
No Brasil, continua a pregação antidemocrática de Bolsonaro e o desmonte dos direitos e do patrimônio do povo brasileiro. A bola da vez foi a Eletrobrás, que foi rateada na bolsa de valores entre acionistas minoritários. Por enquanto, não há um único acionista controlador, mas o efeito sobre a população já é conhecido: aumento de tarifas e repasses vultosos de lucros aos acionistas, tal como acontece com a Petrobrás.
A classe trabalhadora brasileira resiste e luta contra os continuados ataques do governo Bolsonaro e sua agenda ultraliberal, que se espraia pelos estados, municípios e patrões da iniciativa privada, como os protestos dos trabalhadores da FUNAI contra o assassinato do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira, a greve dos rodoviários de São Paulo e dos servidores do banco Central, além dos vários atos contra os despejos de famílias sem teto em ocupações.
Ainda que haja resistência e muitas lutas, estas não acontecem em unidade e sintonia entre diferentes atores sociais, mesmo que a causa seja única: a exploração ultraliberal dos trabalhadores em um capitalismo em crise, patrocinada por um governo entreguista e antipovo. Para uma parcela significativa das organizações de esquerda, partidos e direções sindicais, continua apostando numa vitória eleitoral como panaceia de todos os problemas. Esquecem-se que, para além das eleições, teremos que enfrentar as políticas neoliberais, que são um projeto de classe e não tão somente de governo, até conseguir seu completo desmonte.
Diante desse quadro, os militantes da Unidade Classista têm diante de si o grande desafio de contribuir para a unificação das diversas lutas em andamento, construindo unidade de ação ao máximo possível, impulsionar às ruas as demandas da classe imediatamente e construir as candidaturas de nossos militantes a deputado estadual e federal. É fundamental retomar as ações do Fórum Sindical, Popular e de Juventudes de Luta pelos Direitos e pelas Liberdades Democráticas, que pode se tornar o instrumento nacional de convergência de lutas e organizações, além de estreitar vínculos com a articulação Povo na Rua e a Frente Povo Sem Medo. Apresentamos o seguinte calendário de lutas, que devem ser construídas pelas categorias, estados e regiões:
-15/7 a 17/7 CONAPE ( Conferência Nacional Popular da Educação), em Natal- RN
-15 a 17/07/2022 – 65º CONAD.
-16/07- Dia nacional de luta nas periferias em todo o Brasil.
-07/09 -Grito dos Excluídos.
A perspectiva para os problemas e dificuldades históricas do nosso povo é a construção do Socialismo! As eleições podem potencializar essa construção, mas não é a única saída. O socialismo se constrói nas ruas, nos sindicatos, nas ocupações, na solidariedade de classe e na organização dos trabalhadores. Vamos à luta!
Coordenação Nacional da Unidade Classista