Primeiro de Maio na Colômbia: a repressão policial em Bogotá deixou vários manifestantes feridos

Carlos Lozano Guillen/Telesur

O jornalista Carlos Lozano denunciou violenta repressão policial do governo colombiano aplicada para “tentar silenciar os protestos populares e a oposição” ao governo do presidente Juan Manuel Santos.

As marchas de 01 de Maio (Dia do Trabalho) em Bogotá foram prejudicadas pela ação da polícia, que reprimiu violentamente os trabalhadores em marcha para comemorar a data, deixando um grande número de feridos.

O principal palco da repressão policial foi a Praça Bolívar. No local estavam vários líderes sindicais e do Pólo Democrático esperando pela concentração proveniente da Plaza de Toros, na capital.

Um contingente policial começou a dissolver a concentração depois de um pequeno grupo lançar alguns objetos. “É triste ver a polícia empregar toda a sua força contra os manifestantes, em vez de protegê-los do grupo de anarquistas. É lastimável que tenha tal desfecho uma marcha tão bonita como a de hoje”, disse Clara Lopez, presidente do Pólo Democrático Alternativo.

Por sua vez, o jornalista Carlos Lozano disse em contato telefônico com a Telesur que a “polícia sabotou os comícios e marchas agredindo com bestialidade”. Ele denunciou o uso excessivo da força para “tentar silenciar os protestos populares e a oposição” contra o governo do presidente Juan Manuel Santos. Ele ressaltou que as marchas massivas de trabalhadores, em Bogotá e Cali, que no primeiro caso chegou a 80 mil pessoas, têm em comum que ocorreram em cidades com prefeitos da oposição. Ele acrescentou ainda que este ano a marcha de 01 de Maio teve a participação dos jovens estudantes que estão mobilizados em protesto contra o Plano Nacional de Desenvolvimento apresentado por Santos, “que prevê a privatização da Universidade Pública da Colômbia, inclusive (protestam) estudantes de universidades privadas, como Javeriana, que se solidarizam com seus pares das universidades públicas”.

As manifestações foram organizadas por diferentes setores sindicais de forma unitária. Ao meio-dia, cerca de 10 mil pessoas se juntaram na Praça de Bolívar.

“Quando estavam quase encerrados os incidentes causados por provocadores, recomeçou a agitação, confrontos entre manifestantes e membros das forças de segurança, que dispararam gás lacrimogêneo e reprimiram violentamente os manifestantes”, informou Hernán Tovar, correspondente da Telesur na Colômbia.

Ele acrescentou, “estávamos no palco, esteva presente a Dra. Clara (Lopez), presidente do Pólo Democrático, ela também foi vítima do gás lacrimogênio (…) infelizmente, o dia foi ofuscado pelos incidentes que danificaram bancos e estabelecimentos comerciais, mas o importante deste dia foi a manifestação dos trabalhadores”.

O jornalista explicou que “os trabalhadores exigiam providências do Estado quanto aos direitos humanos e trabalhistas e à necessidade de aumento salarial. É uma demanda muito justa a vinculação da violação dos direitos humanos na Colômbia às reivindicações trabalhistas”.

Fonte: http://carloslozanoguillen.blogspot.com/2011/05/represion-policial-en-bogota-deja.html

Traduzido por Dario da Silva