PLENÁRIA NACIONAL DE LUTA CONTRA A REFORMA ADMINISTRATIVA, MARCA A REARTICULAÇÃO DO MOVIMENTO SINDICAL EM PLENA PANDEMIA

Trabalhadores da base de diversas categorias, fóruns de luta regionais, correntes sindicais e centrais sindicais, compreendendo a necessidade de articular nacionalmente a luta contra os ataques do governo genocida de Jair Bolsonaro, organizaram uma Plenária Virtual no dia 24/10, que debateu o processo de luta contra a política autoritária, patrimonialista e privatista que pretende destruir os serviços públicos e as empresas estatais.

A plenária iniciou as 14h, com a presença de mais de 400 trabalhadores de 19 estados e com   transmissão ao vivo por diversas plataformas de internet. (Página Nacional da Unidade Classista)

A grande maioria dos participantes era de servidores públicos municipais, estaduais e federais e de trabalhadores de empresas estatais, ameaçados como alvo prioritário do governo federal com a proposta de destruição dos serviços públicos contida na PEC 32 e de privatização da estatais.

Respeitando a diversidade de opiniões tivemos a participação de Fóruns, Entidades, Frentes, Comitês, Sindicatos e Oposições em um clima de unidade. Ao final do encontro foi aprovada a declaração política e o seguinte calendário de lutas:

Dia 28/10 – Dia Nacional de Lutas contra a Reforma e Contra as privatizações, com atos presenciais e virtuais em diversas partes do país.

Dia 03/11, às 19h, Reunião Virtual de Balanço dos Fóruns Estaduais e Regionais;

Dia 11/11 – Dia Nacional de Lutas, com forma de luta ainda em debate.

– Nas mídias sociais, usar como hashtag unificada.

 #EuDefendoServicosPublicos

Segue o manifesto aprovado pela plenária:

Declaração da Plenária Nacional das Três Esferas do Serviço Público e Estatais

Está plenária se realiza no momento em que o governo Bolsonaro intensifica seus ataques contra os direitos dos trabalhadores, vilipendiando os serviços públicos e as empresas estatais. Ele tenta aprovar uma reforma administrativa amplamente nociva aos interesses dos trabalhadores e da população brasileira, especialmente a mais pobre e, portanto, a mais necessitada desses mesmos serviços. No mesmo sentido, também tenta entregar de bandeja nossas empresas estatais à ganância do setor privado, destruindo o patrimônio público, atendendo os interesses dos grandes oligopólios nacionais e internacionais.

Esse plenária de base é um marco de unidade na resistência e enfrentamento às políticas ultraliberais que Bolsonaro e Paulo Guedes tentam impor ao nosso povo. Ela segue na esteira de outros dois importantes processos que já construímos, como os dias 30 de setembro e 03 de outubro, que também tiveram o signo da unidade e da luta contra essa política.

Neste sentido, a baliza política de nossa plenária é fortalecer, preparar, organizar e mobilizar todos os nossos esforços para a realização do grande Dia Nacional de Lutas em 28 de outubro. Um dia que deve ter atividades unitárias por todo o pais. Precisamos ganhar as ruas, ainda que preocupados e atentos aos cuidados sanitários em meio a uma pandemia, cujo principal responsável é o sistema capitalista. Neste sentido, os atos presenciais serão muito importantes, apesar das limitações que o momento nos impõe. Sem dúvida, a participação de todos, unidos nacionalmente em um grande ato virtual na parte da tarde, pode coroar esse processo de luta, que se coloca apenas como parte de dura batalha que teremos até a derrota desses projetos e da política do governo Bolsonaro.

Não podemos esquecer a importância da organização pela base e o envolvimento das entidades representativas dos trabalhadores; a luta contra a reforma administrativa e as privatizações não é tarefa apenas dos trabalhadores desse setor, senão que dos conjuntos dos trabalhadores e trabalhadores de nosso país. Assim, o fortalecimento dos Fóruns de Luta contra essa reforma e as privatizações é uma tarefa das mais imperiosas nesse momento. E vamos mais além, é preciso envidar todos os esforços no sentido de ampliar os fóruns estaduais onde já existem, e ajudar a construí-los onde ainda não há organização no estado, porque são instrumentos decisivos para avançar na unidade e na luta.

O dia 28 de outubro não é apenas uma data emblemática na luta que ora desenvolvemos, mas é também um marco de aproximação e companheirismo de classe com os povos originários (indígenas e quilombolas) que neste dia também vão à luta contra a destruição do meio-ambiente e de seus territórios em favor do agronegócio, expresso no processo que tramita no STF do “marco temporal”.

Por fim, o desafio é de cada um dos presentes nesta plenária; sejam as Centrais Sindicais, os sindicatos, os fóruns de luta ou mesmo cada um dos ativistas individualmente. Todos e todas elevados à condição do coletivo no processo que se constrói. A luta contra Bolsonaro e seus projetos ultraliberais de destruição do país é o desafio, a tarefa que se nos apresenta na atual conjuntura, por isso, saímos dessa plenária fortalecidos, robustos em nosso objetivo de construir um poderoso dia nacional de lutas neste 28 de outubro. Ao lado dessa tarefa, colocamos também a necessidade de aprofundar o debate sobre um processo mais amplo para o conjunto de nossa classe, qual seja, construir as condições para a realização de uma poderosa greve geral em nosso país.

Em defesa dos serviços públicos; não à reforma administrativa.

Em defasa das estatais; contra as privatizações.

Não ao marco temporal em defesa dos povos originários e do meio-ambiente.