PELO DIREITO À VIDA DE TODAS AS MULHERES DA CLASSE TRABALHADORA!

Na manhã do último dia 30 de dezembro de 2020, o Senado argentino aprovou a lei que legaliza a interrupção voluntária da gravidez até a 14ª semana de gestação. No entanto, o resultado da votação realizada de madrugada não foi alcançado da noite para o dia, mas precedido de muitas ações de luta e organização em que as mulheres trabalhadoras argentinas, e “braços femininos” de diversas entidades sindicais tiveram protagonismo realizando atos de rua e campanhas massivas de informação para toda a população. O movimento feminista de nossas hermanas é um exemplo de unidade, solidariedade e organização que arranca conquistas muito significativas para a classe trabalhadora. Saudamos esta conquista que nos inspira e promove a um nível superior às lutas internacionalistas de todas as mulheres contra o patriarcado e o capitalismo.

Enquanto isso no Brasil, onde o aborto é permitido pela lei apenas em caso de risco de vida para a mulher causado pela gravidez, quando a gestação é resultante de um estupro ou se o feto for anencefálico, aproximadamente 1 milhão de abortos clandestinos ocorrem todos os anos.

Com a proibição, somada à ausência de políticas de educação sexual, as mulheres trabalhadoras, pobres e moradoras de periferia são as mais prejudicadas porque muitas vezes precisam recorrer a formas clandestinas e inseguras de aborto, em lugares insalubres, realizados muitas vezes por pessoas sem capacitação. São essas mulheres, em situação de vulnerabilidade, com acesso precário à métodos seguros de prevenção e que são criminalizadas pelo Estado, que mais morrem por realizarem aborto clandestino.

Dessa forma, além da proibição não impedir ou sequer diminuir a realização de abortos no país, escancara, sobretudo o viés de classe na criminalização de mulheres pobres pelo Estado burguês. São as engrenagens da máquina machista e genocida do capital a todo vapor: é o controle dos corpos femininos e pobres, ou a morte.

Por isso, essa deve ser uma pauta cada vez mais debatida e politizada entre todos os trabalhadores e trabalhadoras. Devemos reivindicar políticas públicas de educação sexual, acesso amplo a métodos contraceptivos seguros, e a garantia ao direito reprodutivo e a livre escolha a todas as mulheres.

A luta pela vida das mulheres trabalhadoras deve ser a luta de toda a classe trabalhadora!

Educação Sexual para PREVENIR!

Aborto legal, seguro e gratuito para NÃO MORRER!

Brasil, 04 de Janeiro de 2021
Coordenadoria de Gênero Nacional da Unidade Classista