Ocidente decai em índices econômicos por sua opção liberal

A primeira década do século XXI foi a última da hegemonia econômica dos países ditos “ocidentais”, que é um eufemismo para EUA e aliados da Europa e Américas. Esse fracasso se deve à opção dos capitalistas desses países pela economia liberal, onde podem explorar seus trabalhadores até a míséria.

Os EUA, que até 2000 ainda eram responsáveis por 26,6% da produção industrial do mundo, caíram para 18,9%. Alemanha, Inglaterra, França e Itália também estão em queda franca. A Inglaterra, onde iniciou-se a revolução industrial, caíu de quinta para oitava maior produtora industrial. É a herança da Dama de Ferro. A América Latina, que há quinze ou vinte anos segue políticas econômicas liberais, inteira ainda produz menos que a Alemanha (6,1% e 6,3% respectivamente), que no entanto está em queda.

O Oriente, por sua vez, cresce assustadoramente. A China, que em 2000 produzia 6,6% dos industrializados, hoje produz 15,6%. A economia chinesa não é liberal, como dizem os capitalistas. Os chineses não são burros. O estado controla todos os setores que considera estratégicos, e as firmas estrangeiras lá instaladas são presas a rígidos contratos. Isso não faz da China um país socialista (nem o PCCh o afirma) mas também não é capitalismo. A prova é que a economia chinesa não tem características típicas de uma economia capitalista: ela não está sendo freiada pela lei econômica que prevê a queda constante das taxas médias de lucro; também não tem as crises cíclicas de super-produção; não há na China completa, nem razoável, livre-iniciativa econômica.

A China chegou ao segundo lugar, ultrapassando o Japão, que também adotou nas últimas décadas políticas econômicas liberais (não foi com elas que o Japão cresceu, diga-se de passagem, mas as adotou quando já tinha se tornado uma potência, na medida em que alinhou-se mais estreitamente ao bloco “ocidental”). A verdade é que o Japão ainda não se recuperou da quebradeira dos Tigres Asiáticos, que não eram mais que parques industriais japoneses explorando mão-de-obra barata dos vizinhos.

Bem abaixo, o Brasil caíu de nono para décimo maior parque industrial, não tendo ainda atingido os 2% da produção mundial. Também ainda estamos presos à lógica liberal, que de tão derrubada, tão comprovadamente absurda, de tanto fracassar desde o século XX onde quer que seja seguida, só pode ser admitida como fé. O liberalismo político já é um fracasso, mas o liberalismo econômico não tem a seu favor um só exemplo na história universal.