NOTA DE REPÚDIO À DEMISSÃO ARBITRÁRIA DO FERROVIÁRIO LUCAS DAMETTO

A Unidade Classista repudia com veemência a demissão arbitrária, injusta e política do maquinista ferroviário Lucas Dametto, coordenador do Comitê de Luta contra a Privatização da CPTM. A demissão configura um gravíssimo ataque à liberdade de atuação sindical, já que não há qualquer queixa com relação à produtividade do trabalho do camarada. Trata-se portanto, de evidente demissão política.

É evidente que a empresa e o governo buscam, mais uma vez, intimidar a categoria ferroviária para que aceite calada o processo de privatização da CPTM, precedido por anos de sucateamento do serviço, em prejuízo dos funcionários e dos usuários do sistema. O governo Dória, assim como os governos tucanos anteriores, têm priorizado seus compromissos com a chamada “iniciativa privada” (com a qual o próprio Dória sempre manteve fortes relações e fazia lobby através da sua empresa Lide, sendo essa a origem de sua fortuna milionária) em detrimento do bem público.

A CPTM tem longo histórico de desarticulação do movimento sindical independente. A criação do Comitê de Luta contra a Privatização da CPTM aconteceu em resposta à já deteriorada situação sindical dos funcionários da CPTM, que, apesar de demonstrarem imensa insatisfação e desconfiança com relação à empresa, não consegue transformar esse sentimento numa atuação efetiva de melhoria das condições de trabalho e da ferrovia no geral. Como se não bastasse a fragmentação da categoria em três sindicatos separados que também representam funcionários de outras empresas, o que já enfraquece bastante a categoria, os trabalhadores se deparam também com uma direção sindical acomodada e inativa que aparentam atuar sob os mesmos interesses da empresa, do governo e do projeto de privatização, subvertendo assim o próprio propósito da organização sindical, deixando milhares de trabalhadores desamparados e muitas vezes atuando contra eles.

O Comitê de Luta contra a Privatização da CPTM é um instrumento legítimo e necessário que funcionários e usuários encontraram para canalizarem suas insatisfações e desconfianças com relação a esse processo obscuro e conturbado de privatização da empresa. É no exercício da plena liberdade política que os trabalhadores integram este comitê, sendo inconstitucional qualquer represália que algum trabalhador sofra por atuar contra a concessão da empresa. A verdade inconveniente é que o próprio processo de privatização é que atua contra a empresa, espalhando mentiras, sucateando e piorando o serviço.

A demissão do maquinista Lucas Dametto pune gravemente com o desemprego um funcionário que exercia normalmente seus direitos e liberdades políticas. Porém, ela não causará qualquer recuo na atividade do Comitê, que, ao contrário, redobra suas forças e reforça a certeza da justeza dos anseios que levaram à sua criação!

PELA IMEDIATA REINTEGRAÇÃO DO MAQUINISTA LUCAS DAMETTO!
TODA SOLIDARIEDADE AO COMITÊ DE LUTA CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DA CPTM!