MANIFESTO DE APOIO DA UNIDADE CLASSISTA ÀS PRÉ-CANDIDATURAS DO PCB EM SP
Nós, da Corrente Sindical Unidade Classista do estado de São Paulo, que reúne trabalhadores paulistas de diversas categorias, presente e atuante nas lutas dentro das escolas públicas e privadas, universidades, empresas de tecnologia da informação, call center’s, fábricas, transporte público, escritórios, comércios e nos mais variados serviços públicos e privados, nos colocamos totalmente favoráveis as pré-candidaturas do PCB no estado de São Paulo.
Como sindicalistas classistas em terras hegemonizadas pelo tucanato a quase 30 anos, entendemos que as eleições são trincheiras muito importantes para contribuir na organização e politização dos trabalhadores para a perspectiva da consciência de classe. Compreendemos também os limites dessa luta, uma vez que elas se dão dentro dos marcos de uma sociedade dominada pelos patrões e grandes empresários, entretanto, é preciso utilizar as brechas e ferramentas que as eleições permitem, para avançarmos na mobilização e organização popular.
No caso específico das eleições de 2022, parafraseando o manifesto nacional da nossa corrente: “reconhecemos que essa eleição de 2022 possuirá grande importância para nossa classe, pois marca a necessária batalha contra a extrema direita, contra sua política autoritária, golpista, reacionária e conservadora, com sua agenda política econômica que busca retirar direitos e conquistas históricas dos trabalhadores e precarizar ainda mais os serviços prestados à população brasileira, um governo que possui um ideal de atender aos interesses dos ricos e poderosos, dos patrões e empresários, ou seja, do grande capital, tanto nacional como internacional. Um governo que busca se apoiar no passado de um ditadura criminosa que matou e perseguiu seus opositores, calou e censurou a imprensa e foi marcada por grandes corrupções.”
Para alcançarmos esses objetivos e enfrentarmos as pré-candidaturas dos patrões que se colocam para os trabalhadores paulistas (Rodrigo Garcia, Tarcísio Freitas, Felício Ramuth, Vinicius Poit e Abraham Weintraub), assim como demonstrar a insuficiência das pré-candidaturas sociais-democratas (Fernando Haddad, Márcio França e Elvis Cezar), “defendemos a criação de um agenda política, econômica e social, que atenda às necessidades de nosso povo e de nossa classe, que se coloque a serviço de nossos interesses, imediatos e históricos, que combata o fascismo e o autoritarismo, assim como também a agenda liberal e seus interesses.”
Entendemos que para dar consequência a essa agenda, precisamos de um programa que reorganize a classe trabalhadora paulista para a defesa de seus direitos e para avançar em direção a novas conquistas. Para contribuir com esse processo, são nossas bandeiras:
• SUS 100% estatal, público, universal, gratuito e de qualidade e fim das Organizações Sociais na administração pública estadual;
• Auxílio emergencial de, no mínimo, 600 reais, para todos que necessitarem e enquanto durarem os efeitos econômicos da pandemia;
• Tabelamento dos preços dos gêneros de primeira necessidade (cesta básica);
• Nenhuma ação de despejo das comunidades que lutam legitimamente em defesa da moradia popular;
• Defesa das empresas públicas e reestatização de todas as empresas estratégicas (como a CPTM, Metrô, ENEL, CPFL, Sabesp);
• Revogação imediata da emenda constitucional do teto dos gastos e das contrarreformas trabalhista e previdenciária (revogação das reformas previdenciárias estaduais);
• Rejeição completa da Reforma Administrativa (inclusive as reformas aprovadas em âmbito estadual);
• Garantia de estabilidade no emprego, com salário integral e todos os direitos e garantias, a todos os trabalhadores (fim das terceirizações no serviço público estadual, com incorporação destes trabalhadores);
• Transporte público gratuito aos idosos e desempregados (começando pelo metrô, cptm e emtu);
• Suspensão imediata do pagamento dos juros da dívida interna estadual;
• Taxação das grandes fortunas (e aumento dos impostos estaduais sob as grandes propriedades e operações financeiras de alta monta);
• O privilégio da responsabilidade social sobre a fiscal;
• Criação de Frentes de Trabalho e programa habitacional de construção e distribuição de casas populares;
• Criação de restaurantes populares nos bairros periféricos e construção de creches 24 horas;
• Fim do vestibular nas universidades públicas estaduais;
• Piso salarial dos servidores públicos estaduais com base no salário mínimo do Dieese, junto com a redução da jornada de trabalho para 30 horas no serviço público estadual, sem redução de salários;
• Piso salarial estadual com valorização de pelo menos 30% de reajuste para os próximos 3 anos;
• Construção de trens de passageiro conectando Campinas a Santos, passando por São Paulo;
• Condições dignas para nosso povo poder viver;
• Reforma agrária e popular, começando pelas terras públicas estaduais;
• Dentro da perspectiva federal de desmilitarização completa da segurança pública, alterar radicalmente o currículo e formação das polícias, trazendo uma lógica democrática de proteção a vida dos trabalhadores, em vez da proteção ao patrimônio e da política de guerra às drogas, que só beneficiam estas últimas;
• Virar a PEI do avesso!: ampliação das escolas de ensino integral, sob novas bases, para privilegiar as mães trabalhadoras e garantir a aprendizagem e o cuidado com as novas gerações;
• Dinheiro da educação pública para a educação pública! Fim das parcerias com instituições, fundações e organizações de interesse privado ligadas em todos os níveis de ensino;
• Revogação imediata da reforma estadual do ensino médio! Pela reconstrução popular do currículo estadual de ensino médio e técnico.
Reconhecemos que diversos adversários poderão surgir contra os governos Bolsonaro/Mourão e Rodrigo Garcia, bem como contra suas tentativas de reeleição. Contudo, apontamos a necessidade de questionar para além de Bolsonaro, Garcia e Tarcísio Freitas, os interesses de classes que estão por trás desse governo e dessas pré-candidaturas, e onde esses interesses se colocarão no processo eleitoral. É preciso derrotar Bolsonaro/Mourão, seus representantes e os tucanos, portanto, entendemos essa prioridade. Justamente por isso, buscamos derrotar também a sua política econômica em suas múltiplas manifestações. E para contribuirmos nesse processo de luta, nos somamos às pré-campanhas dos camaradas Gabriel Colombo, Tito Bellini e demais pré-candidatos do PCB no estado de São Paulo. Nossa luta não começa nem se encerra no processo eleitoral, mas todos nós temos um encontro marcado com essa agenda. É preciso derrotar Bolsonaro/Mourão, seus representantes e variantes paulistas, assim como sua política, e, nesse processo, avançar na organização dos trabalhadores do campo e da cidade, nos sindicatos e nos bairros, e, juntos, avançarmos na luta.
Unidade Classista, Futuro Socialista!
Coordenação Estadual – Unidade Classista – SP