LUTAR PARA DERROTAR BOLSONARO-MOURÃO, ENRAIZAR O FÓRUM NOS ESTADOS E REORGANIZAR A NOSSA CLASSE

Os trabalhadores/as brasileiros e a juventude enfrentam os mais graves desafios do último meio século. Esses desafios estão colocados num momento em que ocorre uma crise mundial do capital – econômica e sanitária. Em nosso país é uma crise econômica, social e política, a mais séria desde o período da ditadura. O governo Bolsonaro tem se caracterizado por uma política de ataque brutal contra os direitos, salários e garantias dos trabalhadores e pensionistas. Também é criminoso o corte de verbas às universidades e à ciência, a perseguição aos estudantes, as ações terríveis para sabotar as medidas sanitárias no combate à pandemia e para conspirar contra o distanciamento social. Como se não bastasse, há os ataques ao meio ambiente, às liberdades democráticas, aos povos indígenas e quilombolas, além do permanente genocídio da juventude pobre e negra das periferias. 

Esse processo ocorre numa conjuntura na qual já se registram mais de 13 milhões de desempregados, 40 milhões de trabalhadores na informalidade e milhões vivendo na miséria absoluta, além de milhões de famílias morando em habitações precárias e outros tantos milhares vivendo na rua. Diante de um quadro dramático dessa ordem, com o Brasil se tornando o epicentro da pandemia, o que vemos é um presidente criminosamente se transformando num mensageiro da morte, numa verdadeira cruzada para espalhar a doença entre a população, com o argumento falacioso de que, de qualquer forma, 70% da população vai se contaminar. 

Mais grave ainda: isso ocorre quando o sistema público de saúde já se encontra em colapso em várias capitais e grandes cidades do País, com sua capacidade de leitos de UTI completamente ocupada, com falta de ventiladores, insumos e medicamentos, com milhares de profissionais de saúde infectados, quando o número de mortos já atinge mais de 50 mil brasileiros e mais de um milhão de infectados pela doença. Isso, trabalhando com números subnotificados. É a política ultraliberal e genocida do governo em que idosos, doentes, os mais pobres, negros e indígenas são descartáveis. 

Enquanto o País sangra, Bolsonaro e Guedes, apoiados pela maioria do congresso, destinam 1,2 trilhão de reais para os banqueiros; liberam as empresas para demitir, ampliar a exploração e reduzir salários dos trabalhadores; autorizam a suspensão de contratos e a redução de salários, além de congelar o dos funcionários públicos. O candidato a ditador faz reuniões com grandes empresários para forçá-los a pressionar governadores e prefeitos pela abertura comercial, estimula as carreatas da morte, sabota o pagamento do auxílio emergencial para a população e deixa milhões desesperados nas filas da fome em frente às agências da Caixa Econômica Federal. Todas essas ações têm o objetivo de criar o caos no País, ambiente no qual ele acredita que possam prosperar suas aventuras autoritárias. 

A crise econômica também continua dramática: a produção industrial caiu 19% em abril e há perspectiva de uma recessão prolongada no País, cujos resultados serão o aumento do desemprego, do subemprego, da informalidade e da miséria para grande parte da população. No entanto, os bancos continuam ganhando rios de dinheiro, conforme resultados dos últimos balanços publicados recentemente. Numa conjuntura dessa ordem, Paulo Guedes man- tém seu programa neoliberal e continua defendendo privatizações, austeridade, cortes de gastos públicos, inclusive em saúde e educação, e congelamento de salários como saída para a crise. Trata-se de um governo de genocidas sociais e econômicos, enquanto o vice-presidente, para atender também aos interesses do grande capital, se apresenta como o homem da lei e da ordem e dá declarações buscando criminalizar os movimentos sociais. 

Para os trabalhadores e as trabalhadoras, está claro que este é um governo da burguesia, dos banqueiros e rentistas em geral, dos grandes monopólios e do agronegócio. Seu objetivo é defender os interesses das classes dominantes e do imperialismo; entregar as empresas públicas para o capital privado nacional e internacional; conspirar permanentemente contra as liberdades democráticas para atingir seus objetivos autoritários e destruir a legislação trabalhista; precarizar ainda mais as relações de trabalho; reduzir os salários dos trabalhadores e disseminar o caos; ampliar as restrições às liberdades democráticas e buscar um fechamento ainda maior do regime. 

Mas a experiência histórica nos ensinou que não há situação difícil que não possa ser resolvida quando os trabalhadores/as decidem se colocar em movimento. As grandes manifestações contra o racismo que se iniciaram nos Estados Unidos e se espalharam pela Europa e outros países indicam novos ventos e a possibilidade de que se abra uma nova e positiva janela para os trabalhadores/as e oprimidos em todo o mundo. Também no Brasil esses ventos ecoam, ainda com menos intensidade, dando início à retomada das lutas sociais, mesmo diante da pandemia. Vivemos uma contradição necessária: defender a quarentena total e com direitos plenos e ter que sair às ruas para lutar pela sobrevivência e combater o fascismo. Se os atos ainda são pequenos, porém importantes, devido à pandemia, demonstram que, logo mais, podem ser imensos e abrir uma nova e favorável conjuntura em nosso país. 

Não nos intimidaremos diante das ameaças desse governo genocida e dos ataques da burguesia e seguiremos firmes na luta para derrotar o governo Bolsonaro-Mourão. Lutaremos pela reorganização de nossa classe e pelas transformações sociais em nosso país, que só serão alcançadas pela organização e luta dos trabalhadores e das trabalhadoras, da juventude e de todo povo oprimido em seus locais de trabalho, locais de moradia e de estudo.

Por isso mesmo, o Fórum Sindical, Popular e de Juventudes por direitos e Liberdades Democráticas realiza esta plenária, para debatermos democraticamente as tarefas da conjuntura, a começar pela concretização da unidade da classe trabalhadora e, a partir dela, buscar a mais ampla unidade de ação com todos os setores da sociedade contra Bolsonaro/Mourão. Vamos debater o processo de reorganização de nossa classe, os passos a serem dados na luta contra o governo e contra a ofensiva do capital, o enraizamento do Fórum nos Estados e o crescimento de nossa organização nas entidades de base dos sindicatos, da juventude e do movimento popular, a solidariedade com as populações pobres e o estímulo à sua auto-organização, bem como nossas próximas tarefas. Estendemos o convite a qualquer entidade que esteja se esforçando em organizar categorias de trabalhadores e trabalhadoras e que não tenha ainda organização sindical, como os entregadores de aplicativo e entidades do trabalho informal. Acreditamos ser muito importante que esta plenária debata e encaminhe as tarefas fundamentais da conjuntura, a começar por estar na linha de frente das atividades pela derrubada do governo Bolsonaro/Mourão, tanto nacional como regionalmente. Além disso é decisiva a disputa de programa com a burguesia, durante e no pós-pandemia, para isso partindo das elaborações já feitas pelo Fórum. 

Fora Bolsonaro-Mourão 

Contra a ofensiva do capital e as contra-reformas 

Pelas liberdades democráticas 

Em defesa da vida acima dos lucros 

Pela solidariedade de classe 

Em defesa do socialismo 

Calendário de mobilização da Plataforma 

10 de julho – Dia Nacional de Mobilização Fora Bolsonaro, realizando ações de redes, ações simbólicas e panelaço. 

11 de julho – Plenária Nacional Popular pelo Fora Bolsonaro envolvendo as centrais, frentes e movimentos sociais. 

12 de julho – Apoiar as novas manifestações de rua em defesa da democracia e pelo Fora Bolsonaro. 

Todo apoio e nossa solidariedade ativa 

28 de junho – Stop Bolsonaro – atos e protestos em várias cidades do mundo. 

01/07 – 1ª Greve Nacional dos entregadores de APPs.