Guatemala: Sindicalistas denunciam mais um assassinato de jornalista
CUT
União Sindical de Trabalhadores da Guatemala alerta que
já
são quatro os profissionais de imprensa assassinados neste ano
A União Sindical de Trabalhadores da Guatemala (Unsitragua) denunciou o assassinato do jornalista e locutor Carlos Alberto Orellana Chávez, ocorrido na segunda-feira (19) em San Bernardino, estado de Suchitepéquez. Já são quatro os profissionais de imprensa mortos impunemente neste ano, alerta o Unsitragua, recordando os homicidios de Luis de Jesús Lima em 6 de agosto; Luis Alberto Lemus Ruano, em 7 de abril e Jaime Napoleón Jarquín Duarte, em 20 de março.
“Condenamos e rechaçamos de maneira enérgica a política de repressão, controle, intimidação, insegurança, terror, criminalização, perseguição, encarceramento e assassinatos contra os movimentos sociais, jornalistas e meios de comunicação que difundem suas noticias com plena veracidade dos fatos e independência do governo e das grandes empresas”, afirma a nota do Unsitragua. Repudiando esses “fatos covardes e criminosos que atentam contra a vida e a liberdade de pensamento de profissionais vinculados à atividade jornalística”, a central guatemalteca cita nominalmente mais de uma dezenas de casos de jornalistas e radialistas submetidos a constantes ataques e intimidações.
O governo do general Otto Pérez Molina foi denunciado pela Unsitragua por alimentar a impunidade com sua completa inação e por descumprir o artigo 2 da Constituição Política da República da Guatemala, que assegura o livre exercício de informar e ser informado.
Diante da pressão de que a sua omissão visa favorecer a continuidade dos assassinatos e inibir as críticas da imprensa, Pérez Molina anunciou que o governo estuda a criação de “uma instância que proteja o trabalho e a vida dos jornalistas”.
Nos últimos meses o diretor do jornal elPeriódico, José Rubén Zamora, acusou pessoalmente Molina de suborno para silenciar suas críticas. “Em março passado, aproveitando-se de uma amizade de 20 anos, o presidente visitou-me na minha casa. Almoçamos, e ele propôs, um suborno ao invés de um acordo de paz”, denunciou Zamora.