FORTALECER AS MOBILIZAÇÕES, A DISCUSSÃO PROGRAMÁTICA E CONSTRUIR GREVES

Mesmo com a redução da média de mortes e contaminações por Covid-19, ainda vivemos um cenário de catástrofe provocado pelo vírus e pela política assassina de Bolsonaro, que atrasou a compra de vacinas e já matou mais de 570.000 brasileiros.

Continuamos sofrendo com o aumento dos preços, com destaque para os combustíveis, o gás de cozinha e os alimentos da cesta básica. O governo entreguista de Bolsonaro também pretende privatizar algumas das principais empresas estatais brasileiras e quer desmontar os serviços públicos para privatizá-los por meio da contrarreforma administrativa.

Enquanto isso, a fome e a miséria crescem de forma alarmante, a taxa de desempregados é recorde e já atinge mais de 20 milhões, mais de 40 milhões trabalham sem registro, o déficit de moradias passa de 5,8 milhões e a diminuição do auxílio emergencial piorou sensivelmente as condições gerais de vida.

A situação em que se encontra o povo e o esforço de organização de diversos setores da classe trabalhadora construíram as manifestações de 29/05, 19/06, 03/07, 13/07 e 24/07, que marcaram a retomada das lutas nas ruas e têm sido muito importantes para denunciar as políticas do governo federal.

Tais manifestações ocorreram em mais de quatrocentas cidades e envolveram mais de dois milhões e meio de pessoas.

As organizações que fazem parte da Campanha Nacional Fora Bolsonaro, da qual somos integrantes, tiveram um papel muito importante na convocação e na unidade de ação nas lutas de rua. Além das manifestações, a CPI da COVID-19, que ocorre no senado, também cumpre um papel importante para desmascarar Bolsonaro e para evidenciar o caráter negacionista e corrupto de seu governo.

Porém, as manifestações e a CPI ainda não conseguiram frear os principais ataques programados para este semestre, pois a contrarreforma administrativa PEC 32, continua tramitando na Câmara, que recentemente aprovou a privatização dos Correios e a MP 1045, que pretende desmontar mais uma parte significativa da CLT. Ambas tramitam agora no Senado. A privatização da Eletrobras também já está autorizada. Enquanto isso,  os pedidos de impeachment, inclusive o “super pedido” continuam engavetados.

 Tal conjuntura indica que precisamos fortalecer as mobilizações e construir greves, pois a burguesia e seus lacaios tendem a recuar quando conseguimos mexer em seus bolsos, com destaque para as greves que impeçam a circulação e a produção de mercadorias.

Este salto qualitativo do movimento, ou seja, a construção de greves teve recentemente a sua primeira tentativa. Em resposta ao ataque aos serviços públicos e aos servidores, representado pela contrarreforma administrativa (PEC 32) e por iniciativa dos sindicatos organizados no Fonasefe – Fórum Nacional dos Servidores Públicos foi realizado o Encontro Nacional dos Servidores Públicos que deliberou o dia 18 de agosto como um dia nacional de greve geral dos servidores públicos.

Foram realizados atos em cerca de 60 cidades que, infelizmente, ficaram aquém da necessidade de barrar a tramitação da contrarreforma. A iniciativa de mobilizar os trabalhadores para a greve foi muito importante, porém ficou evidente que a maioria das direções sindicais, ligadas as maiores centrais sindicais, com destaque para a CUT, central com maior inserção junto aos servidores públicos, não desenvolveram um trabalho de base que pudesse realmente organizar greves e, mais uma vez, ficou demonstrada a desorganização da classe trabalhadora em nosso país.

Desta forma, amplia-se a necessidade de redobrarmos os esforços para construir os próximos dias de luta e de greves, continuar mobilizando trabalhadores, sindicatos, movimentos populares e a juventude nos locais de trabalho, moradia e estudo, nos pontos de ônibus, barcas, metrôs e trens e nas portas de fábrica, para construirmos e enraizarmos junto aos diversos setores da classe trabalhadora a urgência das lutas e o nosso programa.

As recentes e vitoriosas jornadas de luta em diversos países, que nos inspiram para construir a contraofensiva dos trabalhadores no Brasil, foram realizadas a partir da indignação provocada pelas péssimas condições de trabalho e de vida e contaram com a participação ativa de partidos, sindicatos e movimentos populares, que orientaram programaticamente as lutas, desde as reivindicações emergenciais até objetivos mais ousados, como no caso chileno, com a construção de uma assembleia nacional constituinte.

No Brasil, nesta conjuntura, a luta dos trabalhadores para derrotar Bolsonaro e seu governo está entre as chamadas pautas emergenciais, assim como as lutas para barrar as contrarreformas e as privatizações, e para que possamos impulsioná-las é mais do que necessário construir fóruns e frentes de luta regionais, com destaque para o Fórum Sindical, Popular e da Juventude de Luta por Direitos e Liberdades Democráticas, que precisa ser enraizado em todos os estados e no Distrito Federal.

Além disso, é fundamental que, de forma rigorosa e popular, realizemos debates programáticos nas bases, nos fóruns de luta regionais e nacionais, junto às direções de sindicatos, federações e confederações, para impulsionarmos a construção de um Encontro Nacional da Classe Trabalhadora.

Sendo assim, convocamos todos os trabalhadores para construir mais um dia nacional de luta pelo Fora Bolsonaro, marcado para o dia 07/09, conjuntamente com os operativos do Grito dos Excluídos, que manifestam-se tradicionalmente nesta data, para que mais uma vez possamos derrotar as ameaças golpistas de Bolsonaro e seus aliados e dar mais um passo importante para derrotá-los.

ESTAS SÃO NOSSAS BANDEIRAS DE LUTA EMERGENCIAIS:

• Vacinação para todos;

• SUS 100% estatal, público, universal, gratuito e de qualidade;

• Auxílio emergencial de, no mínimo, 600 reais, para todos que necessitarem;

 • Tabelamento dos preços dos gêneros de primeira necessidade;

• Nenhuma ação de despejo das comunidades que lutam legitimamente em defesa da moradia popular;

• Defesa das empresas públicas e reestatização de todas as empresas estratégicas;

• Revogação imediata da emenda constitucional do teto dos gastos e das contrarreformas trabalhista e previdenciária;

• Rejeição completa da Reforma Administrativa;

• Total oposição às aulas presenciais durante a pandemia;

• Garantia de estabilidade no emprego, com salário integral e todos os direitos e garantias, a todos os trabalhadores;

• Transporte público gratuito aos idosos e desempregados;

 • Suspensão imediata do pagamento dos juros da dívida interna;

• Taxação das grandes fortunas;

• Criação de Frentes de Trabalho e programa habitacional de construção e distribuição de casas populares.

FORA BOLSONARO E MOURÃO!

RUMO À GREVE GERAL!

AVANTE CAMARADAS!

UNIDADE CLASSISTA, FUTURO SOCIALISTA!