A luta pelo direito à moradia no Brasil é uma das necessidades mais básicas e um direito social fundamental para as famílias dos trabalhadores e trabalhadoras. Milhares de famílias em nosso país não têm teto para morar e vivem na rua, a mercê de todo o tipo de violência estatal, sendo tratados como marginais e dependendo da sorte para manter sua sobrevivência, em condições desumanas. Por exemplo, lembremos que, no ano de 2021, pelo menos 16 pessoas morreram de frio na capital paulista – em um quadro que já é rotineiro no estado de São Paulo. Em pleno século 21 esta situação revoltante é fruto da negligência do poder público e falta de políticas efetivas de moradia popular.

Recentemente o prefeito de Campinas/SP, Dário Saadi, começou a construir 116 moradias de 15m² para abrigar famílias da ocupação Nelson Mandela. O número de pessoas da ocupação gira em torno de 450, portanto teremos uma média de 4 moradores em cada “casa”. A prefeitura estima que as casas possam receber até 7 pessoas. Em uma das cidades mais ricas do estado, este projeto é inaceitável e desrespeita diretrizes internacionais de moradia digna.

A Unidade Classista vem a público denunciar e repudiar a barbárie que representa o confinamento de quase 500 pessoas em condições insalubres, em “casas” que mais parecem cubículos e que não tem sequer janelas para ventilação. Como se não bastasse, esta humilhação tem mais um elemento: as famílias terão que pagar algo em torno de 10% do salário mínimo para morar nessas condições. Esta ofensa do prefeito de Campinas aos trabalhadores não pode ser naturalizada. Ela mostra bem como se expressa o pensamento da burguesia brasileira, que explora e oprime ao máximo a classe trabalhadora.

Exigimos respeito às famílias da Ocupação Nelson Mandela, que tem resistido há sete anos na luta por moradia digna!

Pelo direito à moradia!