Vitória do sindicalismo classista na construção civil do Ceará

Coordenação Nacional da Unidade Classista

A Unidade Classista, a Resistência e militantes independentes conseguiram uma grande vitória nas eleições para o Sindicato dos Operários da Construção civil de Fortaleza e Região Metropolitana, no Ceará. Os camaradas derrotaram tanto a conciliação de classes, representada pela CUT (Central única dos Trabalhadores) e seus aliados, como o esquerdismo arrogante do PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado). Essa vitória, que teve o apoio significativo de vários sindicatos classistas, significa um passo histórico fundamental no processo de reorganização do movimento operário e classista, pois as eleições foram nacionalizadas, uma vez que as três chapas mobilizaram estruturas e deslocaram militantes de várias regiões do país para influir no resultado das eleições sindicais. Isso se explica por que o sindicato da Construção Civil do Ceará é um dos mais organizados e combativos do Nordeste e tem realizado conquistas históricas para os operários da região.

A vitória da Unidade Classista, Resistência e seus aliados vem se juntar a outra grande vitória das forças classistas no Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições do Ensino Superior (ANDES), na qual a chapa da Unidade Classista, do PSOL e independentes ganhou também a eleição da outra chapa constituída pelo PT, PC do B e franjas do sindicalismo de conciliação de classes. O sindicalismo classista também ganhou nos correios do Piauí e ampliou sua influência no Sindicato Nacional dos Servidores Federais de Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) e na Federação de Sindicatos dos Trabalhadores Técnicos-Administrativos das Instituições de Ensino superior do Brasil (Fasubra). Essas grandes vitórias demonstraram que está avançando o processo de reorganização do sindicalismo classista e cada vez mais se torna um dado da realidade a necessidade de construção do Encontro Nacional das Classes Trabalhadoras e do Movimento Popular (Enclat).

Essa eleição foi uma das mais acirradas do movimento sindical brasileiro porque estavam em disputa três linhas de ação do movimento operário no país: as organizações da conciliação de classes (CUT e aliados), o esquerdismo isolacionista (PSTU) e o sindicalismo classista (Unidade Classista, Resistência e aliados). A vitória da Unidade Classista e da Resistência representou um passo importante no processo na reorganização da esquerda socialista no movimento sindical e demonstrou ainda um processo de unidade que juntou não só as duas principais forças que disputavam as eleições, mas também um amplo leque de apoio de dezenas de sindicatos, movimentos sociais e políticos, todos com a firme disposição de enfrentar o capital e reorganizar o movimento operário e sindical nesse novo ciclo que se abre no Brasil.

Agora a chapa vitoriosa tem a dura tarefa de intensificar a mobilização na campanha salarial, reunificar a categoria e desenvolver um intenso trabalho de base, de forma a ampliar a consciência de classes dos trabalhadores, mediante um processo de formação de ativistas sindicais, e tornar ainda mais forte e combativo esse sindicato que já se tornou referência da luta de classes em todo o Brasil.