Rejeitar a proposta de ACT e criar as condições para a Greve
16/12/2017
Comitê de Petroleiros da Unidade Classista – RJ
Nenhum direito a menos!
O Comitê de Petroleiros da Unidade Classista vem por meio desta nota esclarecer aos trabalhadores alguns fatos ocorridos nessa negociação de ACT.
Em primeiro lugar, rechaçamos profundamente a decisão do colegiado da FUP em indicar a aceitação da última proposta apresentada pela Petrobrás. Diferentemente do que foi informado pelo coordenador geral da FUP em vídeo divulgado recentemente, a atual proposta contém, sim, perdas de direitos. Na nossa visão, uma das cláusulas mais perigosas para os petroleiros é a de número 42, que cita a possibilidade de demissão em massa, contanto que haja mera comunicação à FUP e sindicatos. É necessário retirar do texto o trecho com essa condição ardilosa, fazendo constar uma redação de segurança de emprego inequívoca. Do contrário, essa mudança escancara as portas para a demissão em massa de funcionários próprios. Além disso, temos perdas salariais devido ao reajuste menor do que a inflação, indução compulsória do uso do vale refeição/alimentação em substituição ao auxílio, e a dita “remodelagem” do Benefício Farmácia, que se levada a cabo como proposta, muito provavelmente irá desmontar essa conquista. Não podemos aceitar um grupo de trabalho funcionando posteriormente ao estabelecimento das novas regras, ainda que o prazo de início de vigor do novo modelo seja postergado, uma vez que não haverá garantia real de se interceder nessas regras, propor outras ou mesmo revertê-las. Também nos causa estranheza o próprio diretor de RH da Petrobrás, Sr. Hugo Repsold, informar em primeira mão o indicativo de aceitação por parte da FUP, antes mesmo da própria FUP, o que nos leva a suspeitar da lisura desta negociação.
A recorrente prática de conciliação política com os que nos atacam, mesmo após o golpe, é um dos fatores que criaram as condições para a inauguração do período de instabilidade política, recrudescimento autoritário, e aceleração do desmonte estatal e das contrarreformas que vitimam os trabalhadores. A conciliação neste novo cenário se configura como uma mera submissão caricata, pois os donos do poder, diante da crise global, já não estão dispostos a conceder sequer migalhas aos trabalhadores e excluídos.
Diante de tamanho descalabro, conclamamos todos os petroleiros a comparecerem às assembleias para votar NÃO a essa proposta! Cerraremos fileiras junto à FNP, sindicatos e principalmente todos os petroleiros que tenham intenção de lançar mão da greve como último recurso, completamente legítimo, se necessário, para impedir o desmonte e a privatização e para garantir SMS, direitos e estabilidade para os petroleiros e para os trabalhadores brasileiros, que sofrem com o desemprego e a grande alta de preços de derivados do petróleo por conta do projeto privatista!
Vamos lutar por um ACT digno! Não podemos aceitar tamanho retrocesso! Quem luta, conquista!
Disponível em https://www.facebook.com/UnidadeClassistaPetroleirosRJ