Mais um golpe no SINTE/SC! Destituição da diretoria já!

Unidade Classista – SC

 

Pela realização da assembleia estadual do dia 28/4/17!

Por que defendemos a desfiliação da CUT!

O que é isso companheiros?! Ou como uma direção sindical burocrática está matando toda uma categoria e afundando o maior sindicato do Estado de Santa Catarina.

O cancelamento de uma Assembleia Estadual é apenas um sintoma de uma doença crônica: aparelhamento sindical e o esvaziamento da política de base.

A Direção Executiva do SINTE/SC perdeu o passo. Na verdade, há muito tempo a forma de fazer e atuar na direção sindical vem se mostrando equivocada. A desastrosa manobra de esvaziamento da greve de 2011 parece ser a marca desse desastre. Desde então são muitas perdas e poucas conquistas. Além disso, a falta de confiança, a falta de política sindical e o distanciamento da base fizeram com que essa direção sindical perdesse totalmente o tino das ações efetivas para retomada do protagonismo político no Estado. Afinal, somos a categoria com maior número de servidores públicos e também a mais precarizada. Com essa atuação desastrosa e com o pouco diálogo com a base, vemos o sindicato em ações pouco efetivas e esvaziando a luta pela educação pública e por um plano de carreira digno para os trabalhadores da educação. Vamos aos fatos:

1. As últimas greves foram fracassadas e reativas. Além de pouco ou nenhum resultado, a base da categoria várias vezes teve que tensionar para realização e construção da greve. Este fato demonstra que não tendo claro o potencial político da categoria e da sua força na luta pela melhoria das condições de trabalho e da educação, menosprezou esse instrumento de luta e subdimensionou seu uso. O resultado foi o fracasso, o desgaste com reposições punitivas de aulas e a não retirada das faltas das fichas funcionais. Esta última impediu a progressão funcional, e, com isso, retirou dinheiro da categoria. Somente agora, depois da pressão e cobrança da oposição no Conselho Deliberativo do SINTE/SC, é que foi ajuizada a ação e que se teve em primeira instância um parecer favorável. Uma vitória que é parcial e se deu no âmbito jurídico e não político.

2. Fraca oposição às política governamentais. A marca desse sindicalismo burocrático e de ocasião é sem dúvida a falta de uma política de enfrentamento e uma contra ofensiva a política oficial governamental. A marca desse desastroso ponto é os abusos das GERED’s no gerenciamento das ações em suas regionais. A forma como tratam os professores ACT’s, a desinformação com relações a leis e portarias são condições encontradas anos após anos. Além disso, várias escolas encontram-se em condições precárias de funcionamento e contam com apenas o enfrentamento e o tensionamento local da comunidade escolar. Prova disso, foi o recente fechamentos de escolas no sul do estado em ação realizada pela comunidade e acatada pela justiça. Pouca ou nenhuma ação foi realizada pelo sindicato. Além dessa alarmante falta de senso no cuidado com as condições mínimas de atendimento as demandas dos trabalhadores da educação, o principal enfrentamento político não é feito de forma combativa: referimo-nos ao atual secretário de educação, Eduardo Dechamps, que é o principal articulador da reforma do ensino médio. Nenhuma campanha de desmonte da sua gestão, mostrando os fracassos de programas e projetos, além da queda da qualidade na educação é realizada de forma sistemática pelo SINTE/SC. Podemos afirmar que o secretário da educação em SC dorme um sono tranquilo, enquanto alunos e trabalhadores sofrem o pesadelo cotidiano do que é o atual estado da educação em SC. Não há uma nota semanal ou sequer um estudo estatístico que mostre e escancare essa realidade. Para um sindicato com números expressivos em sua conta bancária, isso é sem dúvida um problema. O que fazem seus dirigentes? Dormem o sono dos justos ou tem a insônia da razão?

3. Uma direção sindical sem projeto político e sem ambição de ser a representante da categoria. Teremos em breve uma sede estadual nova e outras tantas sedes regionais adquiridas. Resta saber se teremos categoria para ser representada. Há uma insatisfação com nossa representação e com a forma em que ela é articulada. Prova disso foi a última assembleia do dia 28/03, que teve pouco mais de 400 trabalhadores. Sem contar a penúltima, 15/03, que foi confusa e com encaminhamentos atrapalhados e equivocados, como o adiamento de uma deliberação nacional para realização de uma greve nacional do magistério e, de uma negativa a participação com direito de voz e voto nas próximas assembleias aos trabalhadores não sindicalizados. Isso acarretou em esvaziamento maior na assembleia do dia 28/03. Não é a primeira vez que isso acontece. A cereja desse bolo foi o cancelamento da assembleia do dia 28/04 por razões pouco claras. Cabe lembrar que essa se realizaria um mês depois da última e em meio ao maior ataque dos últimos anos à classe trabalhadora. Esse cancelamento se deu unilateralmente sem consulta ao Conselho Deliberativo do SINTE/SC. Além de contrariar a decisão de uma Assembleia Estadual, isso afronta totalmente o Estatuto do SINTE/SC, que no artigo 32 diz o seguinte: “Art. 32 – À Diretoria Executiva coletivamente compete: […] V – cumprir e fazer cumprir as decisões dos congressos de entidades as quais o sindicato é filiado, assim como das Assembleias Gerais e Conselho Deliberativo do SINTE/SC;”. Temos assim que a direção da entidade feriu o estatuto e só demonstra que não tem respeito pelos trabalhadores da educação. A direção está cega, surda e sem direção política. Está no vazio da sua própria existência. Sem apelo plausível para as bases não consegue sair do corner, enfraquecida e sem inspiração. Sem projeto claro de política sindical, sem inspirar representação, repete os erros e cai no burocratismo sindical. Responde as demandas de suas correntes políticas na ocupação simbólica do poder sem saber por que e para quê. Em 2016, o sindicato esteve as voltas, apenas para mobilizar para as eleições da entidade, em que foram vitoriosos os mesmos que há quase 3 décadas o dirigem. Não conseguiu articular uma resistência a um conjunto poderoso de ataques que caíram sobre nossas cabeças. Vejamos: foi aprovada a reforma do ensino médio; a PEC do teto de gastos (que congela os recursos da saúde e educação); e sequer se conseguiu realizar uma paralisação geral dos trabalhadores em educação do Estado.

4. A informação e contra informação. Em tempos de redes sociais e acesso quase universal, a era da informação não chegou ao SINTE/SC. Não há circulação de informação em tempo hábil para tomada de ações. As distâncias se multiplicam e os atos se perdem no tempo e na memória. Assim, uma ação feita em uma regional não ressoa em outra regional. Isso acarreta em um enfrentamento difuso e sem linha política. Para o agente representante do governo, que propaga a ação de desmonte da educação pública, isso é uma bênção. A falta de articulação de ações sindicais, a falta de uma efetiva política de informação e de contrainformação, possibilita aos agentes do governo uma contraofensiva e uma ação de desmobilização. Exemplo disso é a contratação dos professores ACT’s. Como não sabemos as dimensões de quantos e quem são, essa desinformação favorece ao governo que manobra com as listas e atrasa toda e qualquer tentativa de organização dos trabalhadores e de sua representação sindical. Além disso, sem um projeto de mídia ficamos no vácuo dos relatos soltos e das notícias passadas na onda do “já aconteceu”. Na maior parte das vezes participava somente a burocracia sindical dessas atividades. O sindicato não conseguiu produzir materiais que ajudassem a informar a base, como jornais explicativos das medidas aplicadas e o que elas significam na prática para os trabalhadores em educação. Dessa forma permitiu que os trabalhadores em educação fossem informados pela mídia burguesa (que opera contra os trabalhadores). Essa letargia comunicativa com a base continua, pois o estado continua fechando escolas, continua atacando nossos direitos, apontando uma profunda reforma da previdência e trabalhista que nos afeta profundamente, e o sindicato continua não produzindo materiais que cheguem nas bases. Um canal de comunicação mais efetivo é urgente e fruto de um bom projeto político e de uma ação dirigente. No momento, dado os fatos, vemos que não temos nem um nem outro.

A situação é grave. Estes pontos levantados são alguns de muitos outros. A não realização de uma Assembleia Estadual, em momento de crise política e de perdas de direitos deve ser denunciada e cobrada por todos os trabalhadores da educação. Somos a maior categoria do Estado e do serviço público. Somos a ponta de diálogo com trabalhadores de outras categorias e com jovens estudantes. Se não conseguimos produzir em nós mesmo um diálogo, como podemos desejar produzir em outros esses mesmo diálogo? A crise não é somente de direção política, é de projeto político e sindical. O atrelamento nos últimos anos à política de conciliação e ao projeto equivocado do PT deixou-nos enfraquecidos e vulneráveis. Temos uma direção preguiçosa e distante da realidade de sua base profissional.

A Unidade Classista/SINTE-SC denuncia o esgotamento dessa forma de fazer política sindical. Conclama os trabalhadores da educação a cobrar postura combativa dos seus representantes. Chama os trabalhadores para se filiarem ao sindicato e participarem de forma ativa dos grupos de discussão, das formações e dos encontros para forçar uma nova política sindical centrada nos interesses da classe trabalhadora. Para isso é urgente a necessidade de desfiliar este sindicato da CUT, que hoje funciona como um grande freio à luta da classe trabalhadora e atua como um balcão de conciliação entre os interesses do Estado burguês e os interesses de uma casta sindical burocrata em detrimento da luta concreta dos trabalhadores e trabalhadoras para enfrentar os ataques do governo em todas as esferas.

Ou mudamos ou morremos. Ficarão apenas os suntuosos palácios e seus reis e sem reino. Que reinem, pois desejamos a casa do povo e o governo do povo.
Pela Destituição da Diretoria Executiva do SINTE/SC! Quem desrespeita as instâncias do sindicato e os trabalhadores não merece e não pode dirigi-los!
Pela Manutenção da Assembleia Estadual de 28 de abril de 2017!
Pela desfiliação do SINTE/SC da CUT!
Greve Geral para barrar as Reformas Trabalhistas e da Previdência!