II Congresso Nacional da Unidade Classista acontecerá no mês de abril em Fortaleza-CE
Entre os dias 28 de abril e 1º de maio de 2018, na cidade de Fortaleza-CE, ocorrerá o II Congresso Nacional da Unidade Classista. A etapa nacional do Congresso será precedida de Congressos Estaduais que ocorrerão em 16 Estados do país em que há comitês de base da Unidade Classista (UC). Com o objetivo de aprofundar o debate sobre a conjuntura e definir a política de atuação dos comunistas no movimento sindical e de luta por moradia, os delegados e delegadas também irão deliberar acerca da estrutura e organização da corrente sindical com vistas a sua consolidação no contexto da luta de classes no país.
A UC é uma corrente sindical e operária, fundada em 2012, com o objetivo de servir como instrumento de ação dos comunistas e seus aliados no movimento sindical e, mais recentemente, no movimento de luta por moradia. Há pouco mais de cinco anos se encerrava o I Congresso Nacional da UC. Naquela ocasião, foram lançadas as bases para a reconstrução orgânica do trabalho sindical e operário do PCB. Na convocação para o II Congresso Nacional, a coordenação nacional da UC afirma que: “não obstante as grandes contribuições dos comunistas na luta dos trabalhadores no Brasil e no mundo nos últimos cem anos, a retomada dos esforços organizados para recuperar nossa inserção no movimento sindical e operário está apenas no início. Tivemos muitas dificuldades nesses últimos cinco anos. Tivemos também alguns avanços. Mas nossa tarefa pressupõe muito mais”.
O II Congresso se realiza em um período bastante turbulento da conjuntura política brasileira. Os sucessivos ataques do governo Temer, respaldados pelo Congresso Nacional e Poder Judiciário, têm desmontado os direitos sociais e trabalhistas da população brasileira. No mundo do trabalho, a aprovação da Terceirização e da Reforma Trabalhista tem ocasionado graves problemas para a classe trabalhadora: demissões em massa, redução salarial, jornadas de 12h diárias, terceirização irrestrita e total desamparo ao trabalhador e a trabalhadora nas relações com os patrões.
Nos Estados e Municípios a situação não é diferente, pois governadores e prefeitos tem operado as mesmas políticas de “ajuste fiscal” destruindo direitos. Privatização de empresas estatais, destruição dos planos de carreira de servidores públicos, isenção fiscal para grandes empresas, parcelamento de salários e não pagamento de férias e 13º são alguns exemplos dos ataques que tem ocorrido pelo país afora.
Ao mesmo tempo, a fragmentação da classe trabalhadora coloca desafios para o movimento sindical e popular em aglutinar as lutas sociais contra os governos e patrões. As políticas de conciliação de classe dos governos Lula e Dilma (PT) foram acompanhados de apassivamento e cooptação de diversas organizações classistas e que, na atualidade, não respondem mais à altura das necessidades de enfrentamento à burguesia, visto que seu projeto é voltar ao governo em aliança com setores desta mesma burguesia. O maior exemplo disso foi o recuo da maioria das centrais sindicais na convocação da Greve Geral em dezembro e a desmobilização que promoveram na Greve Geral de 30 de junho.
Tais desafios fazem parte da agenda da militância sindical comprometida com a radical transformação da sociedade na perspectiva da emancipação humana. Para a UC, é fundamental a realização de um Encontro Nacional da Classe Trabalhadora (ENCLAT) para avançar no processo de reorganização da classe trabalhadora e preparar as lutas neste novo ciclo que se abre.
Nesse sentido, a coordenação nacional da UC conclama a toda a militância da para participar do seu II Congresso Nacional. Poderão participar do evento delegados e delegadas eleitos nas etapas preparatórias, assim como observadores e observadoras. Além disso, a atividade contará com a participação de representantes de entidades e organizações parceiras, em especial da Federação Sindical Mundial (FSM), a qual a UC é filiada.