Fórum das Centrais convoca paralisação nacional para 28 de abril

 

Reunidos na cidade de São Paulo na última segunda-feira (27), representantes das Centrais Sindicais discutiram a construção de uma agenda comum de resistência às contrarreformas em curso no Congresso Nacional. Membros da Coordenação Nacional da Unidade Classista estiveram presentes para acompanhar a reunião.

Apesar das profundas divergências políticas em relação ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, a natureza do governo Temer e o próprio papel do movimento sindical no atual momento, os dirigentes das Centrais chegaram a alguns consensos.
Todos avaliaram de forma positiva as atividades realizadas em 15 de março, dia nacional de paralisações. Assim, identificou-se a importância de dar continuidade a um calendário de ações conjuntas contra as reformas da previdência, trabalhista e as terceirizações.
Definiu-se, por unanimidade, que dia “28 DE ABRIL, VAMOS PARAR O BRASIL”. Nesse sentido, a maioria das entidades presentes também incorporou o dia 31 de março em suas agendas, por entender que a data, inicialmente proposta pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, extrapolou este campo e adquiriu um caráter unitário de preparação do “Abril de Lutas”, rumo à greve geral.

 

Gravidade dos ataques aos direitos dos trabalhadores impõe unidade tática

Somente a gravidade dos atuais ataques aos direitos dos trabalhadores pode explicar o fenômeno da unificação tática de Centrais e correntes sindicais marcadas por concepções políticas e ideológicas tão diferentes.

As entidades que estão voltadas para as eleições de 2018 aproveitam-se dos processos de mobilização operária e popular para galvanizar suas lideranças políticas e favorecer seu retorno ao governo federal, tendo em vista um novo ciclo de conciliação de classes.
Mesmo os setores mais próximos de Temer são obrigados a compor as articulações sindicais e acenar com alguns gestos de “protesto” para parecer combativos. Por mais que estejam dispostos a negociar direitos, estes setores precisam simular que estão na luta para evitar a desmoralização perante suas bases, desmascarando sua política de colaboração com o empresariado.

Todavia, o dia 15/3 mostrou mais uma vez que, em movimento, os trabalhadores podem avançar na consciência de classe e romper os limites do atual período histórico. Portanto, a tarefa do campo classista é compreender as contradições em jogo e atacar em duas frentes simultâneas: construir a luta de massas para derrotar as contrarreformas do governo Temer e disputar o saldo das mobilizações, contribuindo na politização dos trabalhadores e na formação de um bloco social para superar os ataques do capital e a conciliação de classes, na perspectiva da alternativa anticapitalista e anti-imperialista para o Brasil.