Correios: sucateamento dos serviços e pressão sobre os trabalhadores

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Os Correios pertencem ao povo brasileiro. Uma das maiores empresas do país, seus serviços sempre foram considerados de excelência. Atualmente, porém, passam por um processo brutal de sucateamento, aprofundado desde 2012 com o processo de privatização.

Nos últimos anos, é possível perceber uma precarização brusca dos serviços oferecidos, como, por exemplo, a recente decisão de fechamento das agências e CDDs (Centros de Distribuição Domiciliárias) aos sábados e o fechamento de agências próprias menores, mantendo apenas as dos grandes centros enquanto renovam contratos de franquias, inclusive nas maiores cidades.

Mais grave ainda foi a implantação da Distribuição Direta Alternada (DDA), legalizando a precarização da entrega de objetos postais, que consiste na organização da distribuição em determinada área no esquema “dia sim dia não”, sem contar os sábados.

O projeto da ECT é aumentar a área de distribuição com o SD (Sistema de Distritamento), no qual o carteiro terá seu distrito aumentado, restringindo as condições de visitar as suas ruas/bairros todos os dias.

Além dos prejuízos para a população, a DDA também causará muitos danos aos trabalhadores, pois, como profissionais responsáveis que são e a pressão dos gestores imediatos, os carteiros terão que intensificar o já elevado ritmo para cobrir todo o distrito.

A sociedade e os trabalhadores sofrem com esse processo. São atrasos, problemas em produtos e suspensão de entregas em áreas de risco; filas para a liberação de cartas e encomendas em agências e centros de distribuição; ausência de vigilantes nas unidades; falta de material de trabalho e infraestrutura adequada; grande número de terceirizados; demora na realização de concursos; acúmulo de funções (o funcionário é atendente e operador de Banco Postal); depreciação da frota para entregas e fechamento de unidades em locais considerados perigosos.

Os Correios já abriram também mais um Plano de Desligamento Incentivado (PDI)/Demissão, em que esperam desligar cerca de 8 mil funcionários. Sem falar do plano de saúde, dianto do qual a ECT vem agindo para retirar direitos já adquiridos há cerca de 30 anos. Assim, os trabalhadores que já sofrem com salários baixos e sobrecarga de trabalho vivem mais essa situação. Muitos acabam adoecendo, enquanto os Correios quebram o plano de saúde.

Desde quando foi instituída, em 2014, a Postal Saúde vem trazendo prejuízos para os trabalhadores, tanto em termos financeiros, com despesas que passam os R$ 2 bilhões para implantação, como em termos de serviços oferecidos, que só diminuem e retardam as autorizações dos procedimentos. Agora, os maiores centros médicos não atendem mais pela Postal Saúde e as novas adesões ao plano estão suspensas, mesmo estando garantido no Acordo Coletivo de Trabalho 2016/2017.

Os Correios mudaram a legislação, permitindo a entrada do capital misto a partir de sociedade com outras empresas. Além disso, também pode ser proprietários de empresas privadas. Um exemplo foi a criação da CorreiosPar, empresa que serve como subsidiária para que a ECT expanda sua atuação em outros ramos, através da compra e de sociedade com grupos privados.

A ECT vem trabalhando com todas essas estratégias a fim de convencer a população de que o melhor a fazer é privatizar a empresa. Tentam convencer a opinião pública de que vender a empresa é a melhor saída. Porém, nenhum motivo pode justificar a entrega de um patrimônio público como a ECT ao capital privado. Lutaremos por Correios públicos, de qualidade, com condições adequadas de trabalho e entrega de correspondências 5 dias por semana!