Nota da Unidade Classista contra a divisão dos trabalhadores da construção civil de Fortaleza e região metropolitana
A categoria dos trabalhadores da construção civil da região metropolitana de Fortaleza vem nas últimas décadas conquistando vitórias contra os ataques dos governos que trabalharam sempre à serviço dos interesses dos patrões, mesmo que algumas conquistas sejam parciais, mas relevantes diante da decaída do movimento sindical brasileiro nesse período. Consequência de uma direção sindical que nunca abriu mão de estar ao lado e defendendo os interesses da categoria, com uma visão estratégica para a consciência de classe, papel esse reassumido pela atual diretoria, vitoriosa nas eleições sindicais do ano passado.
Entretanto, é lamentável que setores do movimento sindical, que perderam as eleições do ano passado e agora aliados com entidades como a Federação dos Trabalhadores Empregados e Empregadas no Comércio e Serviços do Estado do Ceará (Fetrace), da qual estão diretamente ligadas à Central Única dos Trabalhadores (CUT), estão agora desmobilizando a categoria e indo na contramão da unidade contra os ataques dos patrões, anunciando a criação de uma associação de trabalhadores e trabalhadora da construção civil.
Tal atitude é desrespeitosa com o resultado das eleições do ano passado, negando a decisão da maioria da categoria e que abre mão da unidade na luta, coisa urgente nesse momento em que passamos. Ações como essa mostram que o interesse real de algumas entidades e organizações políticas, quais seja, o de manter a estrutura de burocratismo sindical sem nenhum compromisso com a organização da classe trabalhadora. Não à toa passamos por um momento em que é necessária a reorganização da classe e do movimento sindical, que passou anos aparelhado no governismo e não conseguiu responder à altura contra os golpes orquestrados pelos patrões após o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), como foi com a aprovação da reforma trabalhista e agora com a consolidação da entrada de Jair Bolsonaro (PSL) e tudo que há de pior na política brasileira a partir deste ano.
No caso da construção civil, categoria que hoje conta com menos de 40 mil trabalhadores, onde a redução dos postos de trabalho no setor é consequência direta dessa política burguesa de solucionar a crise do sistema capitalista pondo tudo nas costas do povo, o divisionismo praticado pela oposição oportunista, nesse momento, tende somente aos interesses dos poderosos, que aplicarão mais ataques aos trabalhadores brasileiros daqui pra frente. Basta lembrar que uma das primeiras ações deste novo governo será uma reforma da previdência onde mais direitos da classe serão retirados.
Diante disso, a Unidade Classista no Ceará repudia veementemente tal atitude, bem como conclama os trabalhadores e as trabalhadoras da construção civil, bem como todo o movimento sindical classista a não participar desse golpe. Entendemos que o momento é de unidade da classe operária, através da realização do Encontro Nacional da Classe Trabalhadora (ENCLAT) como forma de construir um programa que unifique contra os ataques do capitalismo.