Moção de repúdio da Unidade Classista ao golpe no SINDITEST/PR
No dia 14 de abril, nos deparamos com uma decisão judicial que resolveu anular os votos dos trabalhadores da FUNPAR (terceirizados) nas últimas eleições para o SINDITEST/PR (Sindicato dos Trabalhadores em Educação das Instituições Federais de Ensino Superior no Estado do Paraná), na qual foi vitoriosa a chapa “Sempre na Luta, junto com a categoria”. A decisão judicial determinou a posse da chapa que ficou em último lugar no pleito, ligada à DS/PT/Ressignificar, UNIR e PCdoB/CTB, o que representa um grave ataque ao direito dos trabalhadores de escolherem a direção de seu sindicato. A posse dos derrotados no pleito deu-se em clima de tensão, pois estavam acampados a frente da sede do Sindicato a espera da determinação que consolidaria o golpe.
A anulação dos votos dos trabalhadores terceirizados, que contribuem financeiramente e constroem há muitos anos o sindicato, além de passar por cima da decisão do conjunto da base que, por maioria, elegeu a chapa “Sempre na Luta, junto com a categoria”, significa o reconhecimento de que os trabalhadores da FUNPAR não são representados pelo SINDITEST/PR, deixando este setor, que tem as relações mais precarizadas dentro da categoria, por serem trabalhadores terceirizados, à mercê dos ataques aos seus direitos. A situação é de tal modo absurda que os trabalhadores terceirizados sempre foram da base do sindicato, tendo este assinado seus últimos acordos coletivos, e que os votos desses trabalhadores elegeram delegados para plenárias e congressos da FASUBRA. Cabe destacar, inclusive, que as diversas chapas tinham trabalhadores da FUNPAR na sua composição.
Golpear junto, marchar separados! A chapa derrotada e golpista ligada à CUT e à CTB, setores com os quais, apesar de nossas diferenças táticas e programáticas, estão do nosso lado contra a reforma da previdência e demais ataques aos direitos dos trabalhadores, contra o ataque ao sindicalismo, expresso mais recentemente na MP873, contra o projeto de desmonte perpetrado pelo governo ultraliberal de extrema direita de Bolsonaro, Guedes e asseclas, demonstra muito mais não uma unidade tão veementemente reclamada pelos respectivos grupos, mas um oportunismo muito vulgar e perigoso em nome de suas hegemonias.
Por isso, nós, da Unidade Classista, manifestamos nosso repúdio à decisão judicial que busca interferir no direito democrático dos trabalhadores de escolher a direção de seu sindicato. Repudiamos, também, a postura da chapa derrotada e golpista, que se apoia na decisão judicial autoritária e anti-democrática para se apossar da gestão do sindicato contra a vontade dos trabalhadores.
Na terra da Lava-Jato, quem é golpista é Bolsonaro!