É NECESSÁRIO CONSTRUIR UM PRIMEIRO DE MAIO VERMELHO E REORGANIZAR A CLASSE TRABALHADORA!

Hoje a classe trabalhadora em todo o mundo sente duramente os efeitos da queda do socialismo na União Soviética e em todo o leste europeu, da reestruturação produtiva, da propaganda ideológica anticomunista, das políticas de destruição dos direitos trabalhistas, sociais e previdenciários, da persistente crise econômica capitalista, dos governos de extrema-direita, alguns lamentavelmente eleitos pelo voto popular e da pandemia provocada pelo novo coronavírus, intensificada pelas ações genocidas de diversos governos.

Os números desta crise política, econômica e sanitária, atingem patamares absurdos, o desemprego de 26 milhões de trabalhadores, previsto pela Organização Internacional do Trabalho, para os tempos de pandemia em todo o mundo, já foi ultrapassado somente com os números dos Estados Unidos e as mortes provocadas pelo novo coronavírus em números sub-notificados já passam de 220.000. Além disso, a redução dos salários, a blindagem de banqueiros e grandes empresários e a distribuição de migalhas para a classe trabalhadora têm sido a tônica na maioria dos casos.

Por outro lado, o crescente e descontrolado número de mortes, demissões e a ampliação da miséria nos países capitalistas, inclusive e principalmente nos mais ricos do mundo, em contraste com o controle da pandemia, com a manutenção do emprego e com a valorização da vida nos países socialistas e de economia planificada, servem de exemplos para a classe trabalhadora e demonstram que outro mundo é possível e necessário.

No Brasil, vivemos dias dificílimos, talvez depois dos vinte e um anos de ditadura empresarial-militar, estes sejam os piores. E como desgraça pouca é bobagem, além da crise do capitalismo, da crise sanitária, da natural sanha por lucro da classe dominante, de um sistema único de saúde sucateado e privatizado, de um governo federal genocida, de governos estaduais em sua esmagadora maioria comprometidos com a classe dominante, temos uma classe trabalhadora acuada e desorganizada por anos de políticas de conciliação de seus maiores instrumentos sindicais e partidários, o que torna o cenário brasileiro gravíssimo.

Junto com a burguesia e seus instrumentos, as maiores centrais sindicais brasileiras, nos últimos vinte anos, na prática, negam a luta de classes em sua radicalidade e contentam-se em remediar, quando muito, as perdas e as lutas imediatas por salários, direitos e condições de trabalho. Nos últimos anos, em virtude desta prática nefasta, a classe trabalhadora brasileira, em sua maioria, tornou-se politicamente analfabeta.

Mais uma vez, neste primeiro de maio, o FÓRUM DAS CENTRAIS (organização que tem reunido onze agrupamentos sindicais), ao invés de realizar o necessário balanço crítico, fortalecer a independência dos instrumentos de nossa classe, repensar suas práticas a luz da história, da teoria e da dura realidade da classe trabalhadora, reafirmam sua política e pretendem novamente transmitir o discurso da conciliação nos palanques virtuais, lado a lado com lacaios da burguesia dos mais distintos matizes.

Sendo assim, a Unidade Classista, consciente de seu compromisso com a independência de classe, com a estratégia socialista, com a necessidade urgente de impulsionar ações que potencializem a reorganização da classe trabalhadora, a manutenção e ampliação da quarentena, a manutenção dos empregos, salários e direitos e a derrubada do governo de Bolsonaro e Mourão, convoca todos os trabalhadores para que neste Primeiro de Maio de 2020, divulguem e participem da seguinte programação:

Na parte da manhã, a partir das 8h30, participaremos de um programa ao vivo, por meio das plataformas de internet do FÓRUM SINDICAL, POPULAR E DE JUVENTUDES, DE LUTA POR DIREITOS E LIBERDADES DEMOCRÁTICAS e durante a tarde, a partir das 13h, por meio das plataformas de internet do JORNAL “O PODER POPULAR”, da programação inaugural do “PRIMEIRO DE MAIO VERMELHO”, com o tema: A reorganização da classe trabalhadora e o papel do campo sindical classista.

Tais iniciativas, em virtude da impossibilidade de ações de rua devido ao necessário isolamento social contra a proliferação da pandemia, servirão para que o campo sindical classista amplie sua voz e potencialize seu trabalho político contra-hegemônico no seio do movimento sindical e na sociedade como um todo.

Nesta conjuntura, reivindicamos:

•Revogação imediata das MPs 927 e 936/2020;
• Revogação imediata da emenda constitucional 95;
• Rejeição completa da PEC 10/2020;
• Garantia de estabilidade no emprego, com salário integral e todos os direitos e garantias, aos trabalhadores com carteira assinada e estatutários no setor público e privado;
• Adiantamento do décimo terceiro para todos os trabalhadores do setor público e privado;
• Salário mínimo mensal, custeado pelo Estado, a todos os trabalhadores sem carteira assinada, como medida permanente;
• Suspensão imediata do pagamento da dívida pública;
• Taxação das grandes fortunas;
• Utilização emergencial de toda a rede hoteleira privada para isolamento social dos moradores de rua e de quem mais necessitar;
• Que as fábricas públicas e privadas de todo o país, que não têm nenhuma relação com a produção de mercadorias relacionadas ao combate a pandemia, desenvolvam em suas instalações a produção de Equipamentos de Proteção Individual aos trabalhadores que estão na linha de frente do combate a pandemia;

-FORA BOLSONARO E MOURÃO!

-POR UM ENCONTRO NACIONAL DA CLASSE TRABALHADORA – ENCLAT

AVANTE, CAMARADAS!

UNIDADE CLASSISTA, FUTURO SOCIALISTA!

COORDENAÇÃO NACIONAL DA UNIDADE CLASSISTA