UBS planeja demitir mais 400 funcionários
Valor Econômico
O UBS vai promover uma nova rodada de demissões em seu banco de investimentos que pode atingir, por enquanto, cerca de 400 pessoas, segundo fontes a par do assunto. Uma reestruturação da área também não está descartada.
Os cortes serão comunicados aos funcionários do banco a partir de hoje. A expectativa é que as demissões recaiam principalmente sobre as equipes do UBS na América do Norte, na Europa e na Ásia, disse uma dessas fontes. Os segmentos de negociação de renda fixa e renda variável e de finanças corporativas serão os segmentos mais atingidos.
O Brasil deverá passar ao largo desses ajustes. O grupo suíço informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não haverá cortes no país – onde aguarda o sinal verde do governo para voltar a atuar como banco.
Além desses 400 cortes, mais demissões poderão ocorrer se for confirmada uma reorganização dos negócios do UBS. O banco divulgará o balanço do terceiro trimestre na terça-feira e a expectativa é que, na ocasião, deixe mais claro em quais áreas pretende concentrar seus esforços e quais segmentos deixará de lado.
Embora a reestruturação não esteja sacramentada, executivos do UBS têm afirmado que o grupo quer atuar essencialmente como um gestor global de fortunas. O braço de banco de investimentos passaria a ser sobretudo um suporte a essa atividade.
A mais recente onda de demissões no UBS vem num momento de amplos ajustes em Wall Street, Londres e outros centros financeiros. A maioria dos bancos eliminou milhares de postos de trabalho nos últimos anos à medida que a lenta recuperação da economia americana e os desafios na Europa afetam os negócios. Atividades chave, como subscrição e negociação de ações e assessoria a processos de fusões e aquisições, estão bem abaixo dos níveis pré-crise.
Num cenário já difícil para os bancos, as coisas parecem particularmente desafiadoras para o UBS, que tem passado de uma crise para outra. No início da crise, a instituição perdeu US$ 50 bilhões em operações de crédito problemáticas e, no ano passado, perdeu US$ 2,3 bilhões em um escândalo com operações supostamente não autorizadas em sua corretora. O episódio precipitou a substituição de Oswald Grubel por Sergio Ermotti no cargo de executivo-chefe.
O UBS já demitiu 4 mil pessoas na segunda metade do ano passado. A instituição tinha 16.432 funcionários no banco de investimentos em junho deste ano, frente ao auge de 24 mil em 2007.