Truculência e confusão na assembleia dos Guardas Municipais de Salvador

intersindical

Dirigentes da Intersindical são agredidos por coordenador e policiais do Sindseps ligados a ACM Neto

“Como é que um sindicato pode concordar com uma proposta que é rejeitada pela base?”, pergunta André Bonfim, presidente da Asguard (Associação dos Guardas Municipais de Salvador) e dirigente da INTERSINDICAL na Bahia, em assembleia realizada na sede da Guarda Municipal nesta quarta-feira, 17. Em seguida, o Guarda Municipal e coordenador do Sindseps (Sindicato dos Servidores da Prefeitura do Salvador), Saturnino, interrompe Bonfim na tentativa de fazê-lo parar de falar. Não satisfeito com a recusa da interrupção, tenta retirar à força o microfone das mãos de Bonfim. A partir deste momento a confusão se espalhou, com intervenção de outros GMs fardados atirando gás de pimenta aleatoriamente e empunhando cassetetes.

Pouco tempo depois, quase ao final da assembleia, enquanto a equipe da TV do Servidor Público executava seu trabalho registrando o momento, outro início de confusão: o mesmo Saturnino se volta para o cinegrafista e o questiona por qual motivo ele está sendo filmado. “Me filme, não, sua desgraça (sic)”, grita o coordenador.

“A coisa foi muito feia aqui, sacaram armas e jogaram spray de pimenta no meu olho, nariz”, conta Eleno Cruz, dirigente da Intersindical, também na Bahia. De acordo com o site da equipe que capturou as cenas descritas, “a ordem de punir os agitadores partiu do gabinete do prefeito ACM Neto”.

A truculência aconteceu durante assembleia referente ao novo Plano Operacional acordado entre a prefeitura soteropolitana e o Sindseps, ao qual, no momento, Bonfim discordava do acordo.

Sindseps e DEM

A proximidade da direção do Sindseps com a gestão ACM Neto (DEM) não é atual e, como geralmente acontece, tem como objetivo “uma troca de favores”, conforme revela Eleno. “É uma manobra para enganar novamente os servidores, como já nos enganaram em várias campanhas salariais aqui. A maioria dos acordos foram assinados, porém não cumpridos”, relata.

Ocorre que, na última campanha salarial a administração queria mudar a escala de serviço, que é regulamentada em 12×36, sendo que iriam compensar as horas que os servidores perderiam realizando pagamento em valor dobrado aos finais de semana. “Só que esse sistema foi revisto, pois essa compensação não entraria para a aposentadoria”, explica.

Os vídeos, são dois, podem ser acessados clicando aqui e aqui.