Trabalhadores do Cenpes realizam greve por alimentação decente

apn.org.br

Os trabalhadores de turno do Cenpes fizeram uma paralisação de 24 horas nesta quinta (5). O motivo é surpreendente para um pólo de pesquisa de ponta da Petrobrás. A qualidade, ou melhor, a falta de qualidade das quentinhas que garantem a alimentação dos petroleiros que trabalham em turno. Os trabalhadores questionam o péssimo serviço de refeição e a companhia segue sem apresentar qualquer solução.

Os trabalhadores relatam que com a recente mudança de contrato do fornecedor de alimentação, a qualida piorou, a quantidade diminuiu e ainda relatam problemas em relação a higiene. Até insetos foram encontrados nas quentinhas. Diante desse quadro e da inoperência da empresa frente às reivindicações, os petroleiros de turno do Centro de Pesquisas decidiram pela greve.

“Adesão à paralisação foi superior a 80%”

A paralisação acontece após os trabalhadores esperarem por mais de três meses uma solução para a baixa qualidade das quentinhas servidas pela empresa. O Sindipetro-RJ participou de várias reuniões com os gerentes responsáveis, mas o problema persiste.

“A nossa avaliação é de que a adesão à paralisação foi superior a 80%, o que consideramos um excelente quadro de mobilização da categoria. As atividades retornam nessa sexta, mas o movimento segue em estado de greve. A expectativa é realizar uma reunião com a gerência do Cenpes no início da próxima semana”, explica Eduardo Henrique, diretor do Sindipetro-RJ.

A solução definitiva do problema está agora nas mãos do Gerente Executivo do Cenpes, Marcos Assayag, e do Gerente Geral do Compartilhados/RBG, José Carlos Caino. Acontecerá uma assembleia dois trabalhadores do turno no fim da próxima semana para avaliar a continuidade da mobilização.

Condições de trabalho dos motoristas também está na pauta

Na reunião de segunda-feira (2), o sindicato também tornou a questionar os gerentes sobre o novo sistema de trabalho imposto aos motoristas. Em abaixo-assinado que circulou durante as assembleias de turno, entre os dias 30 de agosto e 3 de setembro, os petroleiros reivindicam o retorno do sistema anterior, que funciona há décadas, com os motoristas seguindo nos carros para suas casas para jantar, descansar e conviver com a família entre uma viagem e outra. O documento, que será encaminhado ao Cenpes, salienta que “é grande a sensação de insegurança dos usuários e não podemos concordar com a deterioração das condições de trabalho de nossos colegas motoristas”.

Veja as reivindicações do movimento:

Manutenção do contrato anterior das refeições, cumprimento integral do mesmo (nenhum item, caloria ou variedade a menos) e fornecimento da alimentação em cubas;

Implantação do café da manhã para o turno das 7h;

Esclarecimento sobre possível pagamento dos itens que não foram fornecidos durante anos, embora constassem no contrato.

Fonte: Agência Petroleira de Notícias, com informações do Surgente.