Trabalhadores denunciam riscos do uso de agrotóxicos em pesquisas da Embrapa

Sinpaf

Cerca de 200 pessoas, entre trabalhadores da Embrapa, universitários e estudantes de escolas técnicas agrícolas, discutiram os impactos no uso dos agrotóxicos sobre a saúde do trabalhador, em seminário realizado em Belém (PA). Os participantes do evento concluíram que a pesquisa agropecuária realizada no país tem sustentado o modelo de desenvolvimento rural com base no uso desses produtos químicos altamente nocivos à saúde humana e ao meio ambiente.

O evento foi realizado na quarta-feira (26), em Belém (PA), e faz parte de uma série de atividades na Região Norte promovida pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf).

Esta segunda edição do seminário sobre agrotóxicos, sendo que a primeira edição ocorreu em julho, no Rio Grande do Sul. Em Belém, foram convidados o coordenador do Sinpaf na Campanha Nacional contra Agrotóxicos e pela Vida, Vinícius Freitas, presidente da seção sindical Hortaliças; a médica e pesquisadora da Universidade Federal de Pelotas, Nádia Fiori; a militante em agroecologia da Embrapa Amapá, Júlia Stuchi e o conselheiro estadual do CONSEA/TO, representando o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Paulo Rogério Gonçalves.

Além do impacto dos agrotóxicos na saúde do trabalhador, foi debatido o modelo de desenvolvimento rural dependente dos agrotóxicos e o papel da pesquisa pública agropecuária como política pública importante para a região Amazônica, devido a sua sociodiversidade (indígenas, quilombolas, ribeirinhos, etc) que mantém sistemas produtivos sustentáveis.

Os debates resultaram na produção de um manifesto dos participantes contendo críticas ao modelo de desenvolvimento rural e encaminhamentos para o fortalecimento da Campanha Contra os Agrotóxicos e Pela Vida. De acordo com a diretora nacional de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente do SINPAF, Mirane Costa, a continuidade da realização do seminário é um instrumento de formação e informação para os trabalhadores da pesquisa e desenvolvimento agropecuário e para a sociedade. “Trata-se de espaço onde é dada visibilidade aos impactos dos agrotóxicos na saúde dos trabalhadores da pesquisa agropecuária e faz refletir sobre que tipo de desenvolvimento a sociedade quer: se sustentável ou dependente dos agrotóxicos” conclui Mirane.