Trabalhadores da Marisol Matriz entram em greve nesta sexta-feira

stiv.org.br

Os trabalhadores e trabalhadoras da Marisol Matriz entram em greve na sexta-feira (08/03). A decisão de paralisar foi tomada depois de duas assembleias promovidas pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Vestuário de Jaraguá do Sul e Região (STIV), nos dias 4 e 5 de março, em frente ao parque fabril da empresa. “A decisão é dos trabalhadores e vamos apoiar até que a empresa resolva atender as reivindicações”, afirma o presidente Gildo Antônio Alves.

De acordo com o presidente a paralisação é resultado da intransigência da direção da empresa, que se negou a atender as reivindicações dos trabalhadores. Gildo lembra que foram feitas duas reuniões com os trabalhadores, quando foi elaborada a pauta de reivindicações, enviada à empresa. No entanto, não houve qualquer proposta por escrito ao Sindicato.

O comunicado sobre a deflagração da greve foi entregue ao patrão na tarde de 05/03, depois da assembleia em frente à empresa, cumprindo os trâmites legais para o início da paralisação. Entre as reivindicações estão “o tratamento digno por parte das chefias e gerentes, fim da produção excessiva, fim do assédio moral, fim das advertências sem motivo e aceitação de atestados fornecidos por outros médicos, que não sejam da empresa”. Entre os principais problemas apontados pelos trabalhadores está o aumento de casos de LER/DORT, ambiente de trabalho nocivo à saúde (calor e barulho), falta de transparência no Programa de Participação nos Resultados e salários baixos. “O reajuste que queremos é de 15% retroativos a 1° de fevereiro”, informa Gildo Alves.

Na avaliação da trabalhadora I.H, 39 anos e há oito anos no setor de confecção, o pior é o salário, considerado muito baixo, segundo ela, por todos os colegas. Ela cita também a extinção de alguns benefícios, como auxílio a tratamento médico e exames laboratoriais. “A gente tinha alguns direitos que foram cortados no final do ano passado”, comenta a trabalhadora. Ela também reclama da falta de transparência no Programa de Participação de Resultados, do calor e do barulho excessivos.

Da mesma opinião partilha a funcionária do setor de corte, S.H, 29 anos de idade, nove anos de empresa. Ela afirma que a Marisol foi uma ótima empresa para se trabalhar, mas, hoje em dia, não pode mais dizer o mesmo. Seu colega do setor de corte, C.R.C., de 27 anos e quatro de empresa também concorda com as reivindicações de S.H., embora considere o salário baixo o ponto principal. “Estamos ganhando menos que as outras categorias. O salário aqui está muito baixo mesmo”, afirma.