Trabalhadores da IMBEL decidem por greve a partir de segunda (14)

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Os trabalhadores da Indústria de Material Bélico do Brasil (IMBEL) vão iniciar uma greve na próxima segunda-feira (14). A categoria está em campanha salarial e exige um reajuste de 15% nos salários, além de abono e revisão do Plano de Cargos e Salários (PSC). Na última reunião de negociação, a direção da empresa e o governo federal fizeram uma proposta rebaixada de 5,68% de reajuste salarial.

De acordo com coordenador da Federação Metalúrgica de MG, Geraldo Batata, é imprescindível o apoio de todos os trabalhadores para essa greve que enfrentará além da direção da empresa, também o governo Dilma. “Neste momento a nossa solidariedade de classe é fundamental para derrotar a intransigência do governo e forçá-lo a negociar. Por isso, solicitamos todo apoio dos sindicatos à luta da companheirada, com envio de representantes a esta greve e envio de moções que, posteriormente enviaremos modelo e para onde devem ser enviadas a partir de segunda-feira”, destaca o dirigente.

Confira abaixo matéria sobre a mobilização desses trabalhadores:

Com paralisações e atrasos de turnos trabalhadores da IMBEL votam paralisação definitiva nesta sexta-feira!

Os trabalhadores da Indústria de Material Bélico do Brasil (IMBEL) estão em campanha salarial e exigem um reajuste de 15% nos salários, além de abono e revisão do Plano de Cargos e Salários (PSC) dos trabalhadores.

A IMBEL possui cinco unidades no país localizada nas cidades de Juiz de Fora, Rio de Janeiro, Piquete SP, Magé RJ e Itajubá, sendo a última, a unidade de produção mais importante da empresa, responsável pela produção dos novos fuzis IA2, pistola, carregadores e todo armamento comercializado pela empresa, além disso, corresponde a 60% do numero de trabalhadores de toda a empresa.

Na última reunião de negociação, a direção da empresa e o governo federal fizeram uma proposta rebaixada de 5,68% de reajuste salarial, que corresponde ao IPCA (índice da inflação somente). Segundo representantes do governo e da empresa, esta seria a última proposta aos sindicatos e trabalhadores.

A partir da postura intransigente da direção da empresa e do Governo Federal, os trabalhadores da unidade de Itajubá iniciaram na terça e quinta-feira paralisações de quatro horas, para pressionar a empresa a negociar.

Sem resposta da empresa, o Sindicato dos Metalúrgicos junto com os trabalhadores aprovaram em assembléia nesta sexta-feira (11), paralisação definitiva com indicativo de greve imediata.

A unidade de Itajubá conta com 800 trabalhadores e 70% deste já aderiram a paralisação, com a participação de setores estratégicos da empresa como produção, Ferramentaria, sabres e Engenharia.

Com a paralisação e a deflagração da greve da unidade de Itajubá, os trabalhadores de outras unidades junto com seus sindicatos já aprovaram paralisação para a próxima segunda-feira (14) com a possibilidade de greve instalada em todas as unidades, o que representa a mais de 2 mil trabalhadores parados.

Plano do Governo Dilma é introduzir o modelo neoliberal para a IMBEL

A mando do governo Dilma a empresa vive um reestruturação centrada no modelo neoliberal, como investimento estrutural na compra de novas e modernas máquinas e ajuste da política salarial com centro no reajuste da inflação, além disso, a ordem do governo é “enxugar” e “otimizar” a empresa “reduzindo gargalhos com a produção”, ou seja, demitir

trabalhadores e utilizar a capacidade de produção para produzir mais, com cada dia menos trabalhadores.

Se o Plano de Cargos e Salários aplicado pela empresa responde a necessidade da direção da IMBEL de inaugurar a multifuncionalidade, como métodos de ajustar a produção, com aglutinação de várias funções e um único cargo, cabe ao Governo Dilma o direcionamento e a aplicação da política salarial na empresa, pois o plano agora é fazer com que se possa produzir armamento para abocanhar o mercado nacional e internacional de vendas de material bélico, para isso, a ideia é diminuir os custos com a produção atacando os salários e direitos dos trabalhadores.

Segundo a própria direção da empresa no seu ”RELATORIO DE GESTÃO”, o plano é aumentar o faturamento em 12% ao ano com muita produção, apostando na fabricação do novo modelo de fuzil IA2.

De um lado, o Governo Dilma segue com seus cortes no Orçamento Federal com R$ 44 bilhões para este ano, sendo que foram 28 bilhões em 2013, 50 Bilhões em 2011 e 55 Bilhões em 2012, sendo que só do Ministério da Defesa

são 3,5 Bilhões de corte para este ano. Dinheiro este utilizado para o pagamento da famigerada dívida externa, com juros e amortizações.

Do outro lado, os trabalhadores da empresa que amargam perdas salariais de 12% nos últimos quatro anos em relação ao restante da categoria.

Nestes últimos quatro anos, o que se viu foi uma alta no investimento estrutural e a diminuição dos números de trabalhadores em todas as plantas. Se por um lado, sobrou dinheiro para modernizar a empresa, por outro a ordem do governo foi demitir e diminuir o peso da folha de pagamento.

Ou seja, a direção da empresa aplica os planos do governo Dilma de preparar a IMBEL

para avançar na consolidação do modelo neoliberal e capitalista com ênfase no aumento da produção e na diminuição dos gastos com a mão de obra produtiva, atacando os trabalhadores.

Para além disso, a lógica de retirar dinheiro de investimentos sociais para dar aos empresários e especuladores internacionais na forma de construção de estádios e pagamento da dívida se materializa na IMBEL de forma trágica, pois o mesmo governo que gasta bilhões dos cofres públicos para bancar a copa nega um reajuste com aumento real para os trabalhadores da IMBEL.

Seguir no caminho das lutas e vitórias dos trabalhadores de varias categorias pelo país!

Estamos numa conjuntura marcada pelo aumento das lutas e do avanço das vitórias econômicas em várias categorias, este levante de parte dos trabalhadores se demonstra na greve dos operários do COMPERJ, na vitória dos garis, e na histórica greve dos rodoviários de Porto Alegre, além de vários outros exemplos pelo país. Estas lutas tem se enfrentado com a política econômica do Governo Dilma que aplica no Brasil a cartilha do imperialismo e das empresas que visam recuperar seus lucros por contra do agravamento da crise econômica mundial.

Por isso, a luta dos trabalhadores da IMBEL deve ter como centro a exigência que Dilma mude imediatamente sua política economia e pare de pagar a dívida externa, deixe de dar dinheiro público para a Copa e valorize os salários dos trabalhadores.

Assim como os garis do Rio, os Metalúrgicos de Itajubá devem buscar suas reivindicações na luta direta, ter a mobilização como ferramenta determinante para unificar os trabalhadores de todas as unidades e denunciar a postura intransigente da IMBEL e os planos neoliberais do governo Dilma.

O sindicato dos Metalúrgicos de Itajubá defende a continuação da greve com única saída para recompor nossas perdas salariais e barrar o avanço da reestruturação neoliberal em uma empresa pública e estratégica para o povo brasileiro.

Além disso, defendemos o atendimento imediato da pauta de reivindicações dos trabalhadores, assim como a revisão imediata do PCS da empresa. Vamos seguir o exemplo dos trabalhadores que arrancaram na luta suas vitórias. Agora é luta, continuação da greve e unidade de todos os trabalhadores! Em tempo de copa, queremos salários e direitos no padrão FIFA.