Trabalhadores da Embraer entram em greve por tempo indeterminado
sindmetalsjc.org.br
Metalúrgicos rejeitaram proposta patronal de 7,4% de reajuste
Os metalúrgicos da Embraer, em São José dos Campos, entraram em greve por tempo indeterminado, nesta quarta-feira, dia 5. A paralisação é resultado da rejeição à proposta de 7,4% de reajuste salarial apresentada pela Embraer e Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), na última rodada de negociação com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região.
A decisão foi realizada em assembleia com os trabalhadores do segundo turno da unidade Faria Lima.
O reajuste proposto representa apenas 1% de aumento real de salário e está muito abaixo do que os metalúrgicos de outras fábricas da região já conseguiram. Nesta Campanha Salarial, já foram fechados mais de 80 acordos, entre 9% e 11%.
Na Embraer, os trabalhadores reivindicam 10% de reajuste (3,43% de aumento real), congelamento do valor do desconto do convênio médico (que a Embraer quer dobrar), e estabilidade no emprego.
A greve de hoje é continuação da paralisação de 24 horas ocorrida no dia 21 de outubro e que forçou o grupo patronal do setor aeronáutico a reabrir as negociações. Até então, a proposta era de 6,6%. O avanço, entretanto, ainda não foi suficiente.
Uma nova assembleia acontecerá nesta quinta-feira, dia 6, com os trabalhadores do primeiro turno, a partir das 5h30.
Ao todo, a Embraer possui cerca de 13 mil trabalhadores em São José dos Campos.
Além da Embraer, metalúrgicos de outras cinco fábricas do setor aeronáutico também já rejeitaram a proposta de 7,4%: Latecoere, Graúna, Sobraer, Sopeçaero e Alestis. Todas são parceiras da Embraer, a maior empregadora metalúrgica da região.
“Com o lucro em alta e com bilhões de reais em contratos com o governo federal, a Embraer tem todas as condições de oferecer um reajuste maior aos seus trabalhadores. Por isso, vamos manter a greve até que a empresa deixe de ser intransigente e atenda as reivindicações dos metalúrgicos”, afirma o vice-presidente do Sindicato, Herbert Claros da Silva, que é trabalhador da Embraer.