Telefônica anuncia corte de mil vagas
Valor Econômico
A Telefônica/Vivo abriu um novo programa de demissão voluntária (PDV), com o objetivo de cortar cerca de mil postos de trabalho no Brasil, o que representa aproximadamente 5% do total de funcionários da operadora no país. O anúncio, do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações no Estado de São Paulo (Sintetel), foi confirmado pela operadora.
O presidente da Telefônica/Vivo, Antonio Carlos Valente, disse que o programa de demissão “faz parte do processo normal” de reestruturação do grupo, que é conduzido desde o ano passado. A reestruturação, segundo ele, aconteceu pelo processo de incorporação da operadora de telefonia móvel Vivo pela Telefônica.
Há cerca de um ano, a Telefônica/Vivo anunciou um programa na mesma direção, com o corte de cerca de 1,5 mil postos de trabalho em São Paulo e no Rio de Janeiro, áreas que serão novamente afetadas pelos cortes.
No novo programa, o Sintetel negociou com a operadora um pacote de benefícios para os funcionários que aderirem à iniciativa. O pacote inclui meio salário base por ano trabalhado; indenização de no mínimo um salário base e no máximo dez salários base, independentemente do tempo de contrato de trabalho; manutenção do plano de saúde por seis meses; e serviço de apoio à transição de carreira, entre outras coisas.
A empresa não confirmou o número de vagas incluídas no programa, mas informou que está conduzindo uma reorganização administrativa para obter “maior sinergia de processos e de atividades”. O processo envolve redefinições em sua estrutura organizacional, além de um ajuste no quadro de colaboradores.
A tele busca também outros meios de reduzir custos. Um deles é o compartilhamento de rede. No caso do acordo com a Claro, confirmado na terça-feira, Valente disse que o grupo estuda o modelo para compartilhar as frequências de quarta geração de celulares (4G).
O executivo afirmou que os termos do eventual acordo ainda serão definidos. Segundo ele, o grupo acompanha os modelos de compartilhamento de frequências usados em outros países e ainda não definiu como será a parceria.
O programa de compartilhamento da infraestrutura de redes de fibra óptica e antenas foi aprovado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), segundo Valente. A agência teria dito que isso é permitido pelo edital de venda de frequências. O executivo participou ontem, em Brasília, de evento da operadora para o lançamento de modelos de infraestrutura de serviços com baixo impacto ambiental e visual.
Sobre as multas que foram aplicadas recentemente pela Anatel às teles (principalmente Oi), inclusive para a Telefônica/Vivo, Valente disse que os procedimentos assumidos pelo Brasil para multar as companhias de telecomunicações chamam a atenção quando comparados ao tratamento dado a outros setores de infraestrutura que apresentam deficiências ainda maiores.
Para exemplificar, o executivo disse que algumas multas são aplicadas apenas porque o fiscal da Anatel não teve acesso imediato a uma estação de transmissão de sinal de celular a ser inspecionada.
Valente opinou que o valor das multas no Brasil é alto em relação às aplicadas em outros países e sugeriu que isso seja verificado pela agência.