SOLIDARIEDADE COM O(A)S TRABALHADORE(A)S DAS LOJAS AMERICANAS!

Mais uma empresa entra em falência e ameaça o emprego e salário de milhares de trabalhadores. Assim funciona normalmente o capitalismo. Neste caso, a empresa Americanas S.A. entrou com pedido de recuperação judicial, aceito pela justiça, por causa de uma dívida com bancos e fornecedores que inicialmente foi estimada em R$ 20 bilhões e que finalmente foi reconhecida em R$ 43 bilhões. A dívida foi provocada por manobras contábeis que maquilhavam operações de crédito com os bancos para pagar aos fornecedores. Este tipo de situação é normal no funcionamento contraditório do capitalismo, não é uma excepção.

Pelo caráter fortemente competitivo os próprios capitalistas travam duras disputas entre si pela apropriação do excedente econômico obtido da exploração da força de trabalho. Neste caso, a empresa Americanas acabou lesando um conjunto de bancos, que inclui também o Banco do Brasil, um banco de propriedade mista, numerosos fornecedores, investidores especialmente aqueles de pequeno porte, e fundamentalmente os trabalhadores que correm o risco de perderem seus empregos.

Entre os principais acionistas desta empresa, estão os três personagens mais ricos do Brasil, Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira. que comandam a 3G Capital, um fundo com grandes empresas do setor de varejo e alimentício. Por meio dele, investem e detêm o controle de várias empresas de grande relevância no Brasil e no exterior, como AB InBev, Kraft-Heinz e Burger King. Na empresa que entrou em falência laboram em torno de 44.000 trabalhadores, 85% permanentes e 15% temporários. Além destes trabalhadores há um conjunto maior, que pode chegar até 100.000 que também seriam afetados pela crise da empresa.

Desde a Unidade Classista convocamos a defender a fonte de emprego e salário dos trabalhadores e suas famílias, assim como punir exemplarmente os responsáveis por toda esta situação. Os trabalhadores não podem ser responsabilizados por estas manobras realizadas pelas empresas e os bancos. Chamamos os próprios trabalhadores das Americanas a se organizar sindicalmente e politicamente para defender seus legítimos direitos e oferecemos o espaço da nossa própria organização como instrumento de luta.

Convocamos a toda nossa militância para se aproximar aos trabalhadores para contribuir solidariamente na organização dos necessários processos de luta para a defesa do emprego e do salário. Este é um momento pedagógico para que os trabalhadores compreendam como funciona efetivamente a sociedade capitalista, o antagonismo de interesses entre capital e trabalho inerente a esta forma de sociabilidade e o lugar da luta de classes.

Exigimos das autoridades que sejam respeitados os direitos dos trabalhadores em primeiro lugar, além de avançar na legislação social que resguarde os trabalhadores destas manobras fraudulentas de obter lucros nas disputas intercapitalistas e na exploração da força de trabalho.

LUTAR E ORGANIZAR AS LUTAS PELO EMPREGO, SALÁRIO E PROTEÇÃO SOCIAL!

UNIDADE CLASSISTA, FUTURO SOCIALISTA!