SINDICALISMO E A LUTA ANTIRRACISTA: UMA RESISTÊNCIA NECESSÁRIA

O sindicalismo, historicamente, é um importante vetor das lutas por direitos trabalhistas e sociais. No entanto, nos últimos anos, tem se destacado cada vez mais a necessidade de que os sindicatos incorporem a luta antirracista em suas agendas. Essa união entre o movimento sindical e o movimento negro se mostra fundamental para enfrentar as desigualdades raciais que persistem no mundo do trabalho e na sociedade como um todo.

A correlação entre raça, classe e gênero torna a experiência das pessoas negras no mercado de trabalho ainda mais complexa e desafiadora. Pesquisas monstram que trabalhadores negros ocupam, em sua maioria, postos de trabalho com menor remuneração e condições de trabalho mais precárias. Além disso, sofrem com maior taxa de desemprego e sub-representação em cargos de liderança. Diante desse cenário, os sindicatos têm o papel de promover políticas e ações afirmativas que visem à equidade racial no ambiente de trabalho.

A luta antirracista nos sindicatos envolve diversas ações, como a promoção de debates e capacitações sobre racismo e suas manifestações no mundo do trabalho, a criação de mecanismos de denúncia e acompanhamento de casos de discriminação racial, a implementação de cotas raciais em cargos de liderança e a defesa de políticas públicas que promovam a igualdade racial. É importante destacar que a luta antirracista não é uma tarefa isolada, mas sim um processo contínuo que exige o engajamento de todos os trabalhadores, independentemente de sua raça ou etnia.

A construção de um sindicalismo antirracista é um desafio que exige a superação de diversas barreiras, como o racismo estrutural presente nas próprias organizações sindicais e a resistência de setores conservadores que tentam negar a existência do racismo e suas consequências. No entanto, os avanços conquistados nos últimos anos demonstram que é possível construir um sindicalismo mais justo e inclusivo.

Num contexto marcado por crescente desigualdade e precarização do trabalho, a aliança entre o sindicalismo e a luta antirracista se mostra mais urgente do que nunca. Ao fortalecer essa parceria, os trabalhadores poderão construir um futuro mais justo e equitativo para todos e todas.

Neste 20 de novembro de 2024, onde o Dia da Consciência Negra é pela primeira vez um feriado nacional, A Unidade Classista, corrente sindical do Partido Comunista Brasileiro – PCB, saúda a população negra por esse dia de luta e reafirma o seu compromisso contra o capitalismo que se sustenta através da exploração e da perpetuação de uma agenda racista, machista e misógina.

UNIDADE CLASSISTA NA LUTA ANTIRRACISTA!