Servidores e PM entram em confronto em Brasília
Valor Econômico
Representantes de entidades ligadas ao Judiciário e ao Ministério Público da União (MPU) entraram em confronto com a Policia Militar do Distrito Federal na Praça dos Três Poderes durante um protesto da categoria no fim da tarde de ontem. Os servidores reivindicam aumento salarial e cobram a definição de um plano de carreira.
De acordo com a Polícia Militar, cerca de 500 pessoas participaram do protesto, que durou cerca de um hora. Os manifestantes deram uma volta na praça, promovendo um “buzinaço” e gritando palavras de ordem contra os edifícios sede do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Palácio do Planalto.
Em dado momento, teve início um confronto entre manifestantes e policiais quando foi derrubada parte das grades de proteção instaladas para conter os protestos recorrentes na Praça dos Três Poderes nos últimos dias. A segurança nas imediações do Palácio do Planalto foi reforçada, inclusive com o apoio do Exército. Os manifestantes reagiram com arremesso de pedras à tentativa de contenção por parte dos policiais. A cerimônia de arriamento da bandeira, que ocorre tradicionalmente às 18h, foi atrasada em função do protesto.
Ainda ontem, as duas entidades que representam os delegados da Polícia Federal rejeitaram a proposta do governo de reajuste salarial de 15,8% em três anos. A Federação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (Fenadepol) e a Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) consideraram “muito baixo” o aumento oferecido pelo governo na última semana, mas descartaram a possibilidade de aderir à greve dos servidores públicos federais, iniciada em junho. A ADPF pretende apresentar uma contraproposta de reajuste salarial de 24% em três anos em uma reunião com a Secretaria de Relações de Trabalho (SRT) do Ministério do Planejamento até a segunda-feira.
Também o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) informou que não avançaram as negociações com o presidente da autarquia, Alexandre Tombini, na reunião de quarta-feira. Além do Sinal, o Sindicato Nacional dos Técnicos do Banco Central (SinTBacen) e o Sindicato dos Servidores Públicos Federais (Sindsep) pediram a Tombini que atue “firmemente” para que o governo melhore a proposta apresentada a todos os servidores públicos, menos os professores – 15,8%, divididos em três anos. De acordo com o Sinal, essa proposta é “insuficiente” e “frustra” toda a categoria.
Outra categoria que rejeitou a proposta do governo foi a dos auditores fiscais da Receita Federal. Eles também mantiveram a paralisação de 48 horas nas próximas terça e quarta-feiras, informou a assessoria do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco).