Sem negociação greve dos bancários ganha adesão em vários estados
Jornal GGN
Foto: Agência Brasil |
Jornal GGN – No 5º de dia paralisação, os bancários de São Paulo, Osasco e região constroem uma grande greve. Além de agências paradas em toda a base territorial do Sindicato dos Bancários de São Paulo, os complexos São João, Verbo Divino e CSA do Banco do Brasil (Bom Pastor), o Casa 2 (Centro Administrativo Santander), o Núcleo Alphaville do Bradesco, as concentrações Rerop e Traituba da Caixa Federal, bem como o CA Raposo, o Centro Tecnológico Operacional do Itaú e um contingenciamento do banco na Rua Fábia amanheceram com as atividades paralisadas nesta segunda-feira (23).
Segundo o servidor da Caixa Econômica Federal, Diogo Portugal, “desde a última proposta apresentada pela Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) há duas semanas e, rejeitada pela categoria, não houve mais nenhuma contraproposta”, relata o bancário.
Além disso, a maior insatisfação da categoria está nos moldes da negociação. “A Fenaban só apresentou índice de reajuste abaixo daquele reivindicado pela categoria, a plataforma sobre condições de trabalho como fim da imposição das metas abusivas e do assédio moral, temas absolutamente sensíveis para categoria sequer foi citado”, relatou o servidor da CEF.
Para Diogo, o movimento está forte e vem ganhando a adesão de setores estratégicos. “Na última sexta-feira (21) fechamos Agência da Sé, nem a Superintendente da CEF conseguiu entrar, trabalhadores terceirizados também ficaram do lado de fora e a adesão foi total”, contou.
O servidor da CEF relatou que os funcionários que cumprem a função de Tesoureiros, responsáveis pelo abastecimento dos caixas eletrônicos, recebimento e liberação do dinheiro para os caixas fortes, enfim, responsáveis pelo cofre dos bancos ligados à Caixa Econômica Federal estão aderindo à greve devido à sobrecarga de trabalho acumulado com o movimento paredista.
“A participação desse segmento na greve dos bancários da CEF é imprescindível, primeiro porque esses funcionários nunca aderiram, são pessoas que em geral recebem FC (Função Comissionada) de R$ 3 mil e, segundo, com a adesão desse setor significa que os caixas eletrônicos deixarão de ser abastecidos, havendo uma diminuição em seu funcionamento”, afirmou Diogo Portugal.
Também estão em greve os empregados de agências de corredores da Avenida Conselheiro Carrão, Praça Silva Romero, bairros Ermelino Matarazzo e Guaianazes na zona leste, unidades da Lapa na zona oeste, bairro do Imirim, Casa Verde, Vila Nova Cachoeirinha e Jaçanã na zona norte. Além disso, também cruzaram os braços funcionários de unidades da Avenida Adolpho Pinheiro na zona sul, da Avenida Paulista, e dos centros da capital e de Osasco.
Nesta segunda-feira (23) a categoria de São Paulo realiza nova assembleia estadual, às 17h, na quadra dos Bancários. Os grevistas vão avaliar os próximos rumos do movimento, além da organização de uma passeata marcada para esta terça-feira (24) na Avenida Paulista, às 16h, com concentração no Vão Livre do Masp.
Nacional
Segundo informações da Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) havia 7.282 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados fechados até a última sexta-feira (20).
“O movimento está se ampliando rapidamente no Brasil todo, o que demonstra a insatisfação dos bancários com a postura intransigente dos bancos. Os trabalhadores aumentaram a produtividade, contribuindo para que as empresas tivessem lucros recordes – somente as seis maiores instituições lucraram R$ 29,6 bilhões no primeiro semestre – e a maior rentabilidade do sistema financeiro mundial, mas os banqueiros ignoram as nossas reivindicações”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.
As reivindicações gerais dos bancários
Reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real além da inflação); PLR: três salários mais R$ 5.553,15; Piso: R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese); auxílios alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional); melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários.
Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que precariza as condições de trabalho, além da aplicação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas. Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários. Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós-graduação. Prevenção contra assaltos e sequestros, com o fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários. Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de negros e negras.
Com informações do Sindicato dos Bancários de SP