Sede da Monsanto ficou sem trabalhadores
mpabrasil.org.br
Há dois meses foi instalada a primeira barraca para bloquear as entradas da planta que a Monsanto está construindo em Malvinas, Argentina. Faz dois meses a obra está parada, por isso os trabalhadores da planta classificadora de sementes não trabalham mais para esse projeto.
Isto foi confirmado por Néstor Chavarría, representante da União de trabalhadores da Construção Argentina (Uocra), ele explicou que a maioria das pessoas que estavam contratadas para o trabalho foram realocadas para outros lugares e uma pequena quantidade que não conseguiu ser realocada foi indemnizada.
Chavarria explicou que eles tinham 170 trabalhadores para esse projeto em Malvinas, deles 165 foram trasladados e 5 indemnizados. “Monsanto estava fazendo esta obra com trabalhadores terceirizados e frente a impossibilidade de avançar com o projeto, as empresas realocaram os trabalhadores. Os que não puderam ser realocados foram certamente indemnizados”, explicou a liderança da categoria.
O bloqueio contra a multinacional na estrada A-88 foi realizado pela Assembleia “Malvinas Luta pela Vida”, junto com o coletivo de Médicos e Povos fumigados. Os participantes da Assembleia pediram uma consulta popular em Malvinas para que os vizinhos tenham a possibilidade de aprovarem ou reprovarem a construção da sede da Monsanto na cidade. Frente à negação do governo do Estado e da própria comuna de Malvinas, a pauta nomeada “Fora Monsanto” tem ganhado força, os participantes interditaram cinco portões da obra, mesmo ela tendo as licenças do Tribunal Superior da Justiça (TSJ) para continuar.
Os representantes da empresa têm esperança na resolução do conflito depois das eleições. Monsanto botou na Justiça o caso por “perturbar a propriedade” e com isso poder liberar os portões
de ingresso à sede para continuar as obras, mas as denúncias ainda não foram resolvidas. Os diretivos da transnacional afirmaram que ainda não têm pensado na possibilidade de realocar o projeto mesmo não tendo a data para reiniciá-lo.
Jorge Lawson, ministro de Industria do Estado, confirmou o apoio do Governo à multinacional: “Monsanto cumpre com a lei e as pessoas que estão interditando os portões não. A empresa respeitou todos os passos legais para poder construir e para funcionar, eles tiveram os estudos sobre o impacto ambiental aprovados. Isto não ajuda em nada o clima de negócios e investimentos em Córdoba. A Justiça já disse que a empresa esta certa”.
Por outro lado, o médico Medardo Ávila Vázquez, representante da Assembleia, afirmou: “Nós fazemos uma avaliação positiva da interdição porque conseguimos parar a obra mesmo a Monsanto tendo o apoio do TSJ. Isto se deu porque a nossa protesta tem consenso social. Nós vamos continuar com essa luta por seis meses a mais, até termos um espaço de participação, onde negociar: perder o ganhar. Se esse espaço for transparente e a gente perder, o bloqueio seria relativizado. Aqui há direitos ambientais que não estão se cumpridos”.