Rodoviários dizem ser impossível colocar 70% nas ruas do Rio nesta quarta

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O comando de greve dos rodoviários do Rio de Janeiro informou nesta terça-feira (13) “não ter condições” de cumprir a ordem judicial que determinou que 70% dos trabalhadores voltem às suas funções nesta quarta-feira (14), segundo dia da paralisação de 48 horas anunciada pela categoria. Os grevistas afirmam que 80% dos motoristas e cobradores de ônibus da cidade do Rio estão de braços cruzados desde a última madrugada.

De acordo com Hélio Teodoro, um dos líderes do movimento, não há tempo hábil nem organização suficiente para antecipar a assembleia marcada para a próxima quinta (15). Maura Gonçalves, que também faz parte do comando de greve, afirmou “não ter controle” sobre a maioria dos trabalhadores. “A categoria está muito revoltada”, comentou ela.

Nesta terça, o TRT-RJ (Tribunal Regional do Trabalho do Rio) deferiu liminar que determina a manutenção em serviço de pelo menos 70% do efetivo total de motoristas e cobradores de ônibus do Rio de Janeiro durante a paralisação da categoria. Cerca de 1,9 milhões de pessoas utilizam ônibus no Rio por dia.

Segundo a Justiça, caso a determinação seja descumprida, a pena diária será de R$ 50 mil contra o Sintraturb (Sindicato Municipal dos Trabalhadores Empregados em Empresas de Transporte Urbano de Passageiros). A decisão da desembargadora Maria das Graças Cabral Viegas Paranhos levou em conta o fato de o transporte rodoviário de passageiros ser atividade essencial e de que o sindicato é o legítimo representante da categoria.

Os trabalhadores reivindicam aumento salarial de 40% (e não os 10% acordados entre o sindicato da categoria e as empresas de ônibus), o fim da dupla função e reajuste no valor da cesta básica –de R$ 150 para R$ 400. A convocação é feita por um grupo dissidente, que não se sentiria representado pelo Sintraturb.