Renovar o CPERS

A eleição para a Diretoria Central e dos Núcleos Regionais será um momento de debate sobre o rumo do CPERS/Sindicato. A nossa contribuição será no sentido de apontar a necessidade de renovação.

REPENSAR O RUMO DO CPERS

A categoria não tem tido conquistas que representem valorização profissional, nem mesmo parciais, ao contrário de outros trabalhadores, que também reivindicam através de movimentos grevistas.

O Piso Salarial não foi implantado no vencimento básico e o plano de carreira foi desmontado pelo governo de Tarso Genro através dos completivos salariais e flexibilizado através da continuidade da política de contratação emergencial.

O desestímulo profissional abala a perspectiva de uma grande parte dos educadores.

Nossas greves tem sido fracas, cada vez mais circunscritas aos militantes que estão nas escolas, e sem a representatividade de uma ampla participação da base.

Existe muito descrédito com o CPERS nas escolas, onde a organização de base praticamente não existe mais.

As instâncias do Sindicato nos núcleos e o Conselho Geral estão muito fragilizadas.

Renovar o CPERS

Não estamos propondo uma discussão para ser feita na cúpula do CPERS, porque acreditamos que este caminho não levará a lugar algum. Queremos que a base participe do debate, uma condição para que possa existir renovação.

Queremos mais do que uma reforma estatutária. Estamos propondo uma revisão profunda nos caminhos tomados pelo Sindicato.

Uma das nossas propostas é que a diretoria funcione como um colegiado, diminuindo o exagerado presidencialismo hoje existente no CPERS, que não está a altura de uma categoria tão plural como a nossa, porque atribui uma excessiva importância e responsabilidade à uma só pessoa, abrindo caminho para o continuísmo e reduzindo os demais diretores à condição de meros coadjuvantes.

Uma grande parte da categoria, assim como os meios de comunicação, só tem como referência o(a) Presidente do nosso Sindicato. O CPERS passa a ser o(a) Presidente, e isto pode ser muito ruim, porque personaliza e desqualifica o coletivo.

O CPERS precisa de um novo organismo dirigente, que substitua a figura extremamente centralizadora do(a) presidente, privilegiando a participação de uma

representação mais ampla da instância. Isto tem que mudar. Vamos procurar abrir caminho nesta direção.

Os(as) diretores(as) do CPERS não poderão ser apenas “diretor(a)”. Precisarão ter uma designação estatutária para as suas funções, como por exemplo diretores de Educação, Sindical, Mulheres, Aposentados, Funcionários de escola, de forma a distribuir a responsabilidade da gestão entre toda a Diretoria.

Queremos uma Diretoria que abra mais o CPERS para a participação da base, mantendo uma relação mais próxima com a categoria. Queremos retomar a experiência das comissões de base e plurais adjuntas à Diretoria do CPERS, nas diferentes áreas de atuação, que quando existiram tinham o mérito de multiplicar a ação do Sindicato.

Também somos a favor de “desbloquear” o CPERS, dando uma saída construtiva para o conflito existente entre situação e oposição, muitas vezes excessivamente ideológico, que conflagra o Conselho Geral do Sindicato, uma divisão que acaba se refletindo em todas as demais instâncias. Quem perde uma eleição para a Diretoria não deve ser marginalizado da entidade. Quem ganha tem a responsabilidade de compor a unidade. Tem que ter esta grandeza, mais do que quem perdeu. É preciso abrir espaços.

As assembleias gerais não podem continuar sendo loteadas pelas correntes políticas, em prejuízo das manifestações de colegas da base independentes, como está ocorrendo. Precisamos encontrar uma saída para esta situação que acaba diminuindo o espaço democrático que precisa existir nas assembleias.

Com mais participação da base e democracia, acreditamos abrir caminho para diminuir o burocratismo que está entravando o CPERS e as lutas da categoria.

Precisamos de apoio para levar adiante este propósito.

Chamamos os professores e funcionários que ingressaram na categoria através dos contratos emergenciais, hoje mais de 30 mil, e aos nomeados dos últimos concursos públicos, para participarem ativamente deste debate. Eles são imprescindíveis para fazer a renovação do CPERS.

Chamamos os aposentados, quase a metade dos filiados do CPERS, entre eles as lideranças sindicais do anos 70 e 80, para também trazerem a sua contribuição para este debate, marcada pela experiência das lutas.

Desfiliar o CPERS da CUT

A CUT, à qual o CPERS está filiado, recolhe um alto percentual da nossa arrecadação, e em troca não presta nenhum benefício material ou político para a categoria. Esta central está completamente comprometida com os atuais Governo Federal e Estadual, e os seus interesses são opostos às reivindicações dos trabalhadores. No Rio Grande do Sul, em algumas oportunidades, a CUT chegou ao ponto de se alinhar ao lado dos governos estaduais contra as greves do CPERS, através de notas oficiais na imprensa (2000) e de manifestações públicas (2012).

A postura governista da CUT e o fato do CPERS estar a ela filiado, não é a única explicação, mas ajuda a compreender porque um amplo setor da

base da categoria afastou-se do Sindicato e não participa dos movimentos.

O CPERS precisa abrir imediatamente e de forma democrática a discussão sobre a desfiliação à CUT, em todas as nossas instâncias sindicais, das escolas aos núcleos e na assembleia geral.

-Por um CPERS independente de governos e sem aparelhamento partidário, democrático, organizado pela base e combativo, onde o professor e o funcionário estejam sempre em 1º lugar;

– Pela continuidade da luta pelo piso salarial e pela pauta de reivindicações da categoria;

-Por uma escola pública, gratuita, democrática e de qualidade, e com autonomia pedagógica, voltada para os interesses dos trabalhadores;

-Valorização dos funcionários de escola;

-Valorização dos aposentados;

-Defesa do meio ambiente;

-Contra toda e qualquer forma de opressão, discriminação e violência contra as mulheres, negros e lgbt´s;

-Compromisso com as lutas gerais dos trabalhadores;

Unidade Classista

CS/Construção Socialista

CEDS/Centro de Estudos e Debates Socialistas

Independentes