REFORÇAR A GREVE E PRESSIONAR O GOVERNO PEZÃO
(Coordenação Estadual da Unidade Classista – RJ)
A greve dos profissionais da educação do Rio de Janeiro neste ano de 2016 já começou com adesão histórica, beirando 70% da rede e cresce ainda mais após o decreto do governador Luís Fernando Pezão, que joga o pagamento dos servidores para o décimo dia útil do mês e com a desfaçatez de pedir compreensão aos funcionários do estado.
Soma-se a este ataque o parcelamento em cinco vezes do 13º salário, o parcelamento do salário de novembro de 2015, e o anúncio de uma reforma da previdência que inicialmente aumenta de 11% para 14% a contribuição do trabalhador, podendo chegar a 18% em 2018, num momento em que, mesmo com 10% de inflação, não tivemos sequer o reajuste de 2015. Os preços sobem e o que o governador nos oferece é a promessa de congelar nossos salários até 2018.
O pacote de ataques vem dos governos estadual e federal nos colocando diante de mais uma reestruturação do Estado, desta vez com Dilma, aliada a Pezão e diversos governadores, na qual a lógica para salvar as empresas é a mesma de sempre do sistema capitalista: a burguesia em crise ataca os direitos dos trabalhadores para recuperar suas taxas de lucros.
NOSSOS DESAFIOS
É diante deste desafio que nossa greve se encontra: resguardar nossos direitos e conquistar avanços fundamentais para a categoria. Se Pezão nos pede compreensão, compreensão é o que ele não vai ter. Ora, como ter compreensão com nossos já baixos salários carcomidos pela inflação? como ter compreensão se todas as escolas estaduais estão sem porteiro e sem inspetor? como ter compreensão se nossas salas estão beirando os cinqüenta alunos? como ter compreensão se muitas destas salas não tem ar-condicionado? como ter compreensão se temos que apagar um quadro com papel higiênico e faltam canetas? como ter compreensão se cada vez mais, os profissionais de educação estão adoecendo pela falta de condições de trabalho?
Pezão que vá pedir compreensão para as empresas, que só entre 2008 e 2013 (quando era vice-governador) tiveram 138 bilhões de reais em isenção de ICMS. Que peça compreensão para a Supervia, que teve sua conta de luz paga pelo estado; para os empreiteiros que vão reformar o Palácio Guanabara, sede do governo.
São estas as condições que levaram a categoria da indignação para a ação e hoje atingimos um nível de adesão imenso e com duas históricas assembleias, com cerca de três mil pessoas cada uma e que ganha um elemento novo fundamental: a participação de estudantes que, compreendendo a situação que passam todos os dias, se auto-organizam e saem às ruas diariamente aos milhares para levantar suas bandeiras de luta por uma educação melhor para os filhos da classe trabalhadora.
O momento é de reforçar a greve e resistir contra o pacote de ataques dos governos e avançar em nossas demandas pedagógicas e por condições de trabalho