Professores de Guarulhos encerram greve e querem sair da cidade

Na sexta-feira, 24 de agosto, os alunos da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo) Guarulhos encerraram 5 meses de greve estudantil no campus no bairro dos Pimentas. Os professores do campus de Guarulhos da Unifesp) haviam no dia 16 de agosto encerrado uma greve iniciada em maio. De acordo com Virgínia Junqueira, presidente da ADUNIFESP (Associação dos Docentes da Unifesp), o fim da paralisação se deve à preocupação dos professores com o calendário escolar. “Eles não são contra as reivindicações dos professores da Unifesp. Mas entenderam que neste momento, devido à gravidade da situação em Guarulhos, a melhor estratégia seria retomar a normalidade das aulas.” No campus de Guarulhos trabalham 190 professores. Somados aos que trabalham nos outros cinco campi da Unifesp, são 1.200. De acordo com Virgínia Junqueira, os professores pediam que o salário de 40 horas seja o dobro do pago para a jornada de 20 horas. Pedem ainda, entre outras coisas, que o salário do profissional com dedicação exclusiva seja 210% acima do pago pela jornada de 20 horas.

Professores do campus Guarulhos da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) pressionam a reitoria para que a unidade se mude da cidade. Um dossiê com o pedido foi entregue ao reitor na semana passada. O desconforto com a localização do campus já havia surgido entre docentes. A Unifesp foi para Guarulhos em 2007 por meio do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) com cursos de humanas. Desde a inauguração há queixas de falta de infraestrutura e dificuldade de acesso. Não há trem ou metrô e as vias que levam ao bairro não suportam o trânsito local. “A dificuldade extrema de acesso ao campus Guarulhos impede que os alunos recebam devidamente a formação concebida pelo projeto acadêmico original da EFLCH (Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas)”, cita o dossiê. “A EFLCH dificulta o intercâmbio formativo previsto pelo projeto, o enriquecimento docente e discente pelo diálogo com as variadas modalidades de cultura formal (…). A EFLCH foi fundada para cumprir seu projeto acadêmico original; não para atender às urgências do Bairro dos Pimentas.” Os professores favoráveis à mudança defendem que os cursos poderiam ir para o centro de São Paulo. A sugestão se dá porque a Unifesp acaba de oficializar o prédio que abrigará um curso de Direto a partir de 2014, no Largo do Paiçandu. Cabe-nos perguntar se não se está negociando nos bastidores a saída de greve pela saída de Guarulhos…